A linha fria do horizonte (trailer)

Hoje o blog tá meio “agauchado”. Mas por ótimas causas.

Segue o trailer de “A Linha Fria do Horizonte”, documentário musical que mostrará a obra e o pensamento de um grupo de cancionistas do sul do Brasil, Argentina e Uruguai que compartilham o fato de representar em sua obra a paisagem e o sentimento do local onde vivem, ignorando as fronteiras entre os países. O brasileiro Vitor Ramil, os uruguaios Daniel e Jorge Drexler e o argentino Kevin Johansen são alguns dos artistas que por meio de suas criações, cada um a sua maneira, refletem sobre as questões da identidade local e global permeadas pelo frio.

Documental musical sobre la obra y el pensamiento de un grupo de cancionistas del sur de Brasil, Argentina y Uruguay que comparten el hecho de representar en sus obras el paisaje y el sentimiento del lugar donde residen, sin hacer caso de las fronteras. El brasileño Vitor Ramil, los uruguayos Daniel y Jorge Drexler y el argentino Kevin Johansen son algunos de los artistas que a través de sus creaciones, cada cual a su manera, reflexionan sobre asuntos de identidad local y global atravesadas por el frío.

Tierra de los Padres, filme sobre o Cemitério da Recoleta

Tem mais de um ano que espero a chegada deste filme aos cinemas. Pode ser visto a partir do dia 5 de julho, na sala Leopoldo Lugones.

Depois de sua estréia mundial com sucesso, em Toronto, no ano passado, a película sofreu um certo rechaço em vários festivais e não participou, por exemplo, do Bafici.

O filme conta o enfrentamento de duas versões da história argentina: a dos vencedores e a dos vencidos. Com a particularidade de que o faz por meio de um espaço concreto e simbólico ao mesmo tempo: o Cemitério da Recoleta, no qual repousam juntos os que no passado lutaram em lados opostos.

Esse recorrente enfrentamento (ainda hoje presente) é posto em cena através de citações lidas junto às tumbas, dando lugar a uma espécie de “diálogo de mortos” que vai debulhando a história.

Há uma crítica interessante AQUI e várias fotos sobre o filme AQUI, em Cinema Nacional.

Tierra de los Padres (Fatherland) Oficial Trailer from Trivial Media on Vimeo.

Mal llamado: documentário sobre “Fuerte Apache”

O município de Ciudadela, na província de Buenos Aires, tem um bairro chamado Exército dos Andes. Mas ninguém o conhece por este nome e sim por “FUERTE APACHE”.

Este nome foi cunhado no final dos anos 90, em pleno auge do neoliberalismo, por um jornalista chamado José de Zer, do canal 9. O apelido pegou – como sinônimo de lugar violento e perigoso – e o bairro ficou estigmatizado por isso.

Não que o lugar seja pacífico, é bom que se diga. Mas não é só isso.

Este documentário mostra  como uma invenção da mídia afetou a vida dos moradores do lugar, nem todos delinquentes e perigosos.

“Este es un humilde aporte para revertir el objetivo cultural y mediático del neoliberalismo de excluir más al humilde, quitarle la voz y de hacer creer que en todas las villas miserias solo viven ladrones y narcotraficantes”.

O filme pode ser visto na íntegra abaixo.

http://www.dailymotion.com/embed/video/xnaax6
BARRIO EJERCITO DE LOS ANDES, MAL LLAMADO… por lautaro84

Contacto: Lautaro Di Maio
lautarogula84@gmail.com

Cartas de Baires: Tem brasileiro no tango!

Segue abaixo a íntegra da coluna CARTAS DE BUENOS AIRES, publicada hoje, no BLOG do NOBLAT.
La versión en español está ACA: Brasileños en el tango

Foto: divulgação

Uma das boas surpresas do Festival Mundial de Tango, que acontece este mês na Argentina, será a exibição, hoje, do documentário A Puro Gesto. O filme mostra os bastidores da viagem da orquestra brasileira de tango De Puro Guapos por Buenos Aires.

Vocês não leram mal. A orquestra é verde e amarela mesmo! Não os conhecia e agora ando toda orgulhosa divulgando o filme!

De Puro Guapos é o nome de um tango e também uma expressão argentina que significa pessoa corajosa, de fibra, que enfrenta adversidades. “A idéia surgiu porque, para tocar tango experimental no Brasil, sem cantor e sem dança, é preciso ter muita coragem”, explica Martin Mirol, bandoneonista e diretor do grupo. Mas os meninos vão bem.

Mirol é o único argentino do grupo e emigrou de sua cidade natal Sarandi para São Paulo, no início dos anos 1990, fugindo de uma das crises econômicas daqui. Depois de tocar em bares, decidiu formar sua própria orquestra típica, junto com sete brasileiros corajosos e dispostos a segui-lo nessa busca apaixonada pelo gênero.

O primeiro disco, lançado em 2006, teve a particularidade de ter todos os arranjos executados sobre as partituras originais para piano. Chamado “Ao Vivo”, tinha uma sonoridade próxima a dos anos 1920, do “tango criollo”, com flauta e clarinete.

O segundo, “Com a Corda Toda”, é de 2008 e resume uma nova fase da típica, vivendo a sonoridade da época de ouro do tango, os anos 1940, sob influência dos grandes mestres Osvaldo Pugliese e Aníbal Troilo, e o ainda vivo Horácio Salgán.

O filme que será apresentado hoje mostra os integrantes da orquestra, após dez anos de formação, descobrindo a capital argentina em busca do que não esta nas partituras. Os jeitos, as manhas, as história. A chamada “tanguedad” ancestral e a contemporânea, os sobreviventes, os novos compositores, os bares, as milongas, as penhas, os personagens, a literatura.

E tocando em Buenos Aires. Depuro guapos!

PS: Já que hoje estou para comerciais, quero divulgar também o excelente blog Tango Candango , da Julita Kissa, e a milonga Bajo la Luna, que acontece todas as quartas-feiras, na Esplanada dos Ministérios, entre o Museu da Republica e a Biblioteca nacional.

Mais brasileiros no tango, mais gente corajosa.

A linha fria do horizonte

“Se o tempo vestisse, certamente seria sobrepeliz de pelúcia para usar na vasta noite do sul” (Sérgio Metz)

Assim é o céu “lá de fora”

Vejam só que projeto legal. Começa a ser rodado este mês o documentário “A Linha Fria do Horizonte”, que mostrará o trabalho e o pensamento de um conjunto de compositores de música popular do sul do Brasil, Argentina e Uruguai,  que compartilham o fato de representar em suas canções a paisagem comum onde vivem.

Estes artistas têm proposto – em paralelo a criação de sua obra e cada um a sua maneira – uma reflexão sobre a identidade própria da região, em conflito e diálogo com um sentimento de identidade global.

São eles os brasileiros Vitor Ramil e Marcelo Delacroix, os uruguaios Daniel Drexler, Jorge Drexler e Ana Prada e o argentino Kevin Johansen.

O site www.linhafria.com conterá detalhes de toda a produção, informações sobre os artistas e um blog que servirá de diário de bordo, onde serão postadas imagens e comentários da equipe sobre o percurso durante toda a viagem.

Nela os internautas poderão também compartilhar sugestões e dicas de lugares, personagens e paisagens que dialoguem com a proposta do filme.

Incluiria, já de cara, alguma referencia a Sergio Metz,  escritor, jornalista e letrista do grupo Tambo do Bando, que morreu de câncer em 20 de junho de 1996. Mais conhecido como Jacaré, Metz deixou em vida três livros, sendo que um deles se chama Assim na Terra. Entendeu o frio como poucos.

Porque Bethania está na cidade…


A divina Gaby me presenteou este ano o DVD Saravah, que contem preciosidades como esta acima, que comparto com vocês.

É um documentário do diretor de cinema francês Pierre Barouh, gravado em fevereiro de 1969 no Rio de Janeiro. Distanciando-se da tentativa de mostrar o costumeiro lado espetacular da vida de cantores consagrados, o filme registra situações casuais e cotidianas vividas por artistas como Maria Bethânia (então com 21 anos), Paulinho da Viola, Pixinguinha, João da Baiana e Baden Powell, entre outros.

Na seqüência que se passa numa mesa de bar, ao ar livre, com a presença de vários amigos, Bethânia e Paulinho interpretam sambas de Jair do Cavaquinho (Pecadora), Nelson Cavaquinho e Guilherme de Brito (Pranto de Poeta), além de criações do próprio Paulinho, como Coração Vulgar e Coisas do Mundo minha Nega. Paulinho teoriza sobre o universo das escolas-de-samba e suas influências, diante da cumplicidade e contemplação de Bethânia e de um diretor em êxtase.

O som direto às vezes pode deixar a desejar para o espectador mais exigente, mas o valor documental supera essas deficiências.

A história dos “padres” de la Plaza de Mayo

Já havia publicado um post sobre o documentário  “Padres de la Plaza, 10 recorridos posibles” , que conta a história dos maridos das Mães Praça de Maio, quando o filme estreou em Mar del Plata.

A boa notícia é que a história está agora em cartaz nos cinemas de Buenos Aires.

As madres são conhecidas mundialmente pela incansável busca por justiça para os filhos desaparecidos durante a ditadura militar argentina. Mas o que aconteceu com os pais?

O documentário tenta encontrar respostas para esta pergunta através do testemunho direto de dez pais de filhos desaparecidos entre 1976 e 1983.

Dirigidos por Joaquín Daglio, eles contam como lidaram com o desaparecimento de seus filhos e como acompanharam suas mulheres, que são a cara mais visível da luta.

Los padres nos manteníamos en las esquinas circundantes a Plaza de Mayo para ver si les pasaba algo”.

Durante o filme eles percorrem lugares significativos de suas vidas, falam sobre paternidade, sobre as lembranças que mais os aterrorizam, sobre as esperanças, sobre as desilusões

Documentário sobre o bar El Chino

Estréia quinta-feira aqui em Buenos Aires um documentário chamado El último aplauso, que retrata os cantores do legendário bar tangueiro El Chino, no bairro de Pompeya.

O filme foi ovacionado foi ovacionado no último Festival de Mar Del Plata.

A obra é dirigida por Germán Kral, que vive há 18 anos na Alemanha, e foi feita em três etapas.

A primeira inclui depoimentos do Jorge “el chino” García, morto em 2001, e “alma” do lugar. Com a morte dele, La Peña del Chino fechou as portas. Mais detalhes em Cine Argentina.

Há outro documentário sobre este bar, dirigido por Daniel Burak, que também é muito bom. Todas as informações sobre essa segunda película AQUI.

A versão dos pais, em documentário

As Mães da Praça de Maio são conhecidas mundialmente pela incansável busca por justiça para os filhos desaparecidos durante a ditadura militar argentina. Mas o que aconteceu com os pais? Esta é a pergunta central de um documentário que estreou ontem no Festival de Cinema de Mar del Plata.

“Padres de la Plaza, 10 recorridos posibles” tenta encontrar respostas através do testemunho direto de dez pais de filhos desaparecidos entre 1976 e 1983 e de maridos das Mães da Praça de Maio, organização de direitos humanos que luta para obter a verdade e a justiça há mais de 30 anos.

No documentário do diretor Joaquín Daglio,  eles contam como lidaram com o desaparecimento de seus filhos e como acompanharam suas mulheres, que são a cara visível da luta. Eles percorrem lugares significativos de seus vidas, falam sobre paternidade, sobre as lembranças que mais os aterrorizam, sobre as esperanças, sobre as desilusões.

Achei a idéia bem instigante. Segue um “cadinho”…

Solanas lança novo documentário dia 10

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Depois de Memoria del saqueo, La dignidad de los nadies, Argentina latente e La próxima estación, o director Pino Solanas apresenta esta semana o documentário “Tierra Sublevada”, uma obra que tem duas partes independentes, Oro impuro e Oro negro, que tratam da depredação e do saqueio dos recursos minerais (metais e hidrocarburos, como petróleo).

Oro impuro, que vai ser lançada agora, é uma viagem ao redor de algumas explorações a céu aberto com cianuro, que as corporações instalaram no noroeste argentino (San Juan, La Rioja, Catamarca, Tucumán, Salta) e a reação das populações dessas regiões frente às contaminações. É uma obra contada por seus protagonistas – engenheiros, chacreros, professores, indígenas, vizinhos, ambientalistas- que fazem contundentes denúncias sobre o despojo e contam comovedoras histórias de resistência à depredação do meio ambiente.

“Es indignante la impunidad con que operan aquí los gigantes de la mega minería. Arrojan entre 4.000 y 5.000 toneladas de cianuro por año, se llevan como en el caso de La Alumbrera 1.500 millones de dólares por año sin control y con regalías de menos del un por ciento y, cuanto terminan la explotación, se van dejando el terreno arrasado y a la población envenenada sufriendo abortos, cáncer e infecciones hasta ahora desconocidas”, aseguró el veterano realizador y futuro legislador, que prometió que su bloque llevará al Congreso proyectos de ley que prohíben la minería a cielo abierto con cianuro, la defensa de los glaciares y una nueva ley y código mineros. “Somos pocos diputados en el bloque, pero yo ya estoy acostumbrado a luchar solo”, agregó. “También apuntamos a que otras provincias se sumen a las siete que ya han votado en sus legislaturas locales la prohibición de este tipo de explotaciones”.