Os vinis que fizeram a cabeça dos argentinos

Ponete un disco reúne mais de 100 fotos

Vejam só que exposição legal essa do Centro Cultural Recoleta: chama-se Ponete un Disco e reúne fotografias das capas de discos mais lembradas por diversos artistas, músicos, jornalistas e produtores argentinos. Assim como por personagens anônimos, que também levam impresso em sua memória o ritual do que significava escutar discos.

Entre os que posaram para as lentes de Pablo Garber estão Litto Nebbia, Nito Mestre, Lalo Mir, Alfredo Rosso, Lito Vitale, Claudio Kleiman, Rocambole,  Alejandro Pont Lezica, entre outros.

Quem quiser que este projeto vire livro, é só apoiar a ideia AQUI. Dá para acompanhar os bastidores da produção, bem como conhecer um pouco mais sobre a história deste fotógrafo no vídeo abaixo. A exposição fica aberta até 7 de outubro e o CCRecoleta fica em Junin1930.

Fiquei aqui pensando qual vinil escolheria….

Mundial de tango: começam as apostas!

Técnica e delicadeza

Se tem alguém que joga todas as fichas em Guido Palácios e Florencia Zarate sou eu! Há tempos! Adoro o jeito que eles dançam, super delicados, e também tenho um carinho especial porque foram meus profes. No ano passado eles chegaram à final e ontem se apresentaram de forma impecável.

Deixo um vídeo deles,  para que vocês os conheçam e possam torcer comigo.

Brasileiros no mundial de tango

Rodrigo Rodrigues e Natsuko Mae

É impressionante como cresceu a participação brasileira no Mundial de Tango. Pelo menos uns dez casais na seleção de tango salão. Infelizmente nenhum dos que compete pelo país entrou nos 71 classificados para a semi-final. Mas começamos a ter volume, e isso é uma belíssima notícia.

O casal melhor colocado no ranking foi Luciano Paulino e Rachel Mirachi, de Belo Horizonte, em 90 lugar, com a nota 7.15.  Vejam bem como é apertado: o último a entrar levou 7.22. Ficamos ali, ali.

Em seguida aparecem Rodrigo Rodrigues e Natsuko Mae (ele brasileiro, ela vietnamita, que competiram por Sao Paulo) e os gaúchos Rafael Bittencourt e Roxane Camargo.

O brasileiro com melhores chances – ótimas chances, aliás – é Breno Marques Lucas, 13º no ranking de classificação entre 342 competidores, o que não é pouca coisa.  Mas ele está competindo pela Argentina porque a companheira com que ele dança é daqui. A gente torce igual!

Gauchada arrasando!

Hoje, durante as eliminatórias de tango de palco (fotos) os brasileiro também dançaram super bem. Se nota uma elevação na qualidade das apresentações em relação ao ano passado também nesta categoria.

Não sei se dá para ir adiante, porque esta categoria é ainda mais difícil. Mas a gente vai ficar torcida. Há mais eliminatórias amanha. Como eles anunciam primeiro o nome do casal e depois o país, é difícil identificar as fotos, porque quando a gente vê que é brasileiro, já passou…se alguém identificar algum conhecido, dá um alo!

A classificação geral de salão está AQUI. 

El bazar de los abrazos

Roubo o título do livro de Sonia Abadi para dar nome ao álbum das primeiras fotos do mundial de tango.

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Mundial de Tango – Dia 18, todo Piazzolla

Um dos nomes mais lembrados do Mundial de Tango de 2012 é Astor Piazzolla, morto há 20 anos. Como parte das atividades do festival está a mostra Astor Piazzolla, íntimo y universal, composta por mais de 250 fotografias, em sua grande maioria inéditas. A exposição se completa com objetos pessoais, manuscritos e desenhos.

O Ciclo Piazzolla, sábado (18), também está imperdível! É um dia inteiro de interpretações de suas obras, no Centro de Exposicoes. Não há necessidade de ingresso prévio e a programação é a seguinte:

15h – QUINTETO SUÁREZ PAZ – El “Negro” Fernando Suárez Paz foi violinista do Quinteto Nuevo Tango de Piazzolla entre 1978 e 1988. Para este homanagem, estará acompanhado de outros grandes: Horacio Romo (bandoneón), Nicolás Ledesma (piano), Ricardo Lew (guitarra) e Daniel Falasca (contraba

16h – ALBERTO TARANTINI PRESENTA ASTOR PIAZZOLLA EN CLAVE DE JAZZ. Irá apresentar as versões mais “jazzeras” do maestro,  acompanhado de Juan Carlos Cirigliano (piano), Gabriel Santecchia (saxo y clarinete), Arturo Puertas (contrabajo) e Javier Martínez (batería).

17h – JULIA ZENKO CANTA PIAZZOLLA – Há 15 anos esta cantora interpreta Piazzolla e irá homenageá-lo interpretando temas como “Los pájaros perdidos”, “Siempre se vuelve a Buenos Aires” e “Balada para un loco” junto a um grupo dirigido pelo pianista Matías López Gallese.

18h – HORACIO FERRER

19h – GUILLERMO FERNÁNDEZ – CONEXIÓN PIAZZOLLA-FERRER

20h – QUINTETO DE LA FUNDACIÓN ASTOR PIAZZOLLA PRESENTA PIAZZOLLA PURO

21h  – PIAZZOLLA ELECTRÓNICO – Um show comandado pelo baterista Daniel “Pipi” Piazzolla, neto de Piazzolla e líder de Escalandrum (Piazzolla plays Piazzolla). O grupo irá apresentar uma nova versão da série Quatro Estações Portenhas, com arranjos do pianista Nicolás Guerschberg.

21h ANA MARÍA STEKELMAN Y COMPAÑÍA TANGOKINESIS PRESENTAN PIAZZOLLA TANGO – Oito bailarinos interpretam com sua dança temas clássicos como “Años de soledad”, “Tango Diablo”, “Escualo” y “Fracanapa”.

Quanto custa morar em Buenos Aires

A Amanda Mormito, do Buenos Aires para Chicas, fez o que eu queria fazer mas tinha preguiça: um texto sobre o custo de vida na capital argentina. Está tudo lá.

Segundo ela, para viver bem é preciso no mínimo uns 5.000 pesos por mês (incluindo neste valor o aluguel, que é a fatia mais cara do orçamento). Para uma vida mais bacana e folgada, somar outros 2.000.

Como eu não pago aluguel, meu curso de tango é gratuito e não tenho carro (ando só de bike), consigo viver com menos.  Mas tá feia a coisa.

Deem uma olhada no texto completo, que está AQUI. 

Mundial de tango: começa na terça!

El Arranque tocando com Kevin Johansen, Pipi Piazzolla mostrando os novos arranjos para As Quatro Estações Portenhas criadas pelo avô, exposição com mais de 250 fotos,  partituras e objetos pessoais de Piazzolla; “rave milongueira”, encontro de colecionistas de discos de tango, aulas com grandes milongueiros e com os campeões dos festivais anteriores durante duas semanas!!

Gente, se eu não aparecer por aqui vocês já sabem onde me encontrar nos próximos 15 dias.

 

Destaques deste ano:

Leopoldo Federico, María Nieves, Horacio Lavandera, Osvaldo Berlingieri, “Pipi” Piazzolla, Néstor Marconi, Daniel Melingo, Walter Ríos, Adriana Varela, Franco Luciani, Fernando Suárez Paz, Julia Zenko, Pedro Aznar, Sexteto Mayor, Gloria y Eduardo, Horacio Molina, Luis Salinas, Ana María Stekelman, Guillermo Fernández, Orquesta Típica El Porvenir, Luis Filipelli, Raúl Garello, Melina Brufman, Tanghetto, Campeones Mundiales de Baile, Gabriel Senanes, Pablo Agri, Mono Izarrualde,  Juan Carlos Copes, El Arranque, Kevin Johansen, José Colángelo, Ernesto Baffa, Raúl Lavié, Juan Carlos Godoy, Horacio Ferrer, Atilio Stampone e Chicho Frúmboli.

Dicas de Salta e Jujuy (Tilcara)

O Edu batizou Tilcara de “Tilcara Soho” porque depois de passar por povoados tão roots, a cidade nos surpreendeu com lojas de design, restaurantes de comida fusion, pousadas charmosas e até com uma livraria-café onde se poder escutar Billie Holiday.

Mas que ninguém se engane. Ela é muito mais que isso, claro. É considerada a capital arqueológica da Quebrada porque conta com um pucará (sitio arqueológico considerado o mais importante da antigas populações da região, construído pelos nativos omaguacas em épocas precolombinas)

Antes de falar de Tilcara quero contar umas coisas do caminho. Vou publicar o mapa de novo para vocês acompanharem o roteiro.

Saindo de Purmamarca em direção ao norte, a gente vai passar logo por Maimará, à direita da rodovia, outra pequeníssima cidade que tem duas coisas interessantes.

Uma é o Cerro Paleta do Pintor – outro cerro multicolor. Depois, o cemitério, estranhíssimo, com suas flores que “duram toda uma morte”. Ou seja, passam por um processo de secagem que serve para que nunca deixem de parecer novas.

Os cerros coloridos vão acompanhar o viajante, do lado direito do caminho, até Humahuaca.

Se vê o cemitério da rodovia, para quem não quiser entrar na cidade

Paleta del pintor

Campo de cardones no caminho para Tilcara (Foto Eduardo Baró)

Chegando em Tilcara, que como as outras cidades da Quebrada é super ocre, recomendo caminhar à toa para um primeiro reconhecimento, cervejinha com empanada, e só depois sair para conhecer o Pucará de Tilcara, a Garganta do Diabo (cachoeira), Quebrada de Juella (vista panorâmica e pucará), La Isla (panorâmica e cemintério indígena).

Na cidade há muita oferta de trekking, expedições, montanhismo.

Foto Eduardo Baró

Pessoalmente, achei Tilcara muito mais viva que Pumamarca. Talvez porque tenhamos chegado justo num dia de festa, com apresentações do balé da cidade, que no dia seguinte ia participar de uma competição na região e fazia seu ensaio final.

A gente passou o dia para lá e para cá, caminhando na cidade, fechou a tarde na livraria-café Viento Libros (Padilha, 490) e jantou num lugar dez, que super indico, chamado Khuska, onde provei llama na cerveja negra com timbal de quinoa. Divino!

Algumas fotos da cidade:

Pucará é o principal ponto de visitação da cidade

Montanha como cenário! Luxo só.

Chegamos em dia de festa!

São “cientos” de variedades de milho!

Compramos um ótimo livro de comida andina, para aprender a fazer papines, usar quinoa mais cotidianamente e entender um pouco mais o significado dos alimentos para os povos incas. No final o Edu ficou assim, tocando Zampoña!

Povo consciente. Gostamos.

Desfilando nossos sombreros!

Mucho vino?

Dica para hoje: tango grátis!

Carla Algeri no Teatro San Martin em 2009 (Foto Gisele Teixeira)

Carla Algeri, uma das melhores bandoneonistas de Buenos Aires, apresenta seu novo disco “Sur, Bandoneón y Después”, no Hall do Teatro San Martin, hoje e amanhã.

Ela estará acompanhada por Eduardo Pulis na voz, Armando de la Vega no violão;  Rubén Jurado na viola, Ariel Pirotti no piano e Facundo Benavídez no contrabajo.

Os dois concertos terão convidados como Chelo Gómez, Eduardo Correa, Eduardo Tami e contarão com mestres do porte de Juan Pugliano e Pepe Colángelo.

Entrada libre e gratuita. Programaço!

Sexta e sábado, às 19 h. Corrientes 1530.

 

Outra boa: nos dias 7, 14 e 21 de agosto a Orquestra del Tango de Buenos Aires também se apresenta gratuitamente este mês. Dirigida por Néstor MarconiJuan Carlos Cuacci e Raúl Garello, a orquestra está com a seguinte agenda:

Terça 7, terça 14 e terça 21, às 13h, na Sala A/B do Centro Cultural General San Martín, Sarmiento 1551.

Sexta 17, às 18h30, na Usina del Arte, Caffarena y Pedro de Mendoza.

 

Dicas de Salta e Jujuy (Purmamarca e Salinas Grandes)

Salta e Jujuy/ Gisele Teixeira

Parte deste cerro já existia há 75 milhões de anos!

Purmamarca e seu Cierro de los Siete Colores são um dos pontos altos da viagem para o Norte argentino e um dos cartões postais mais famosos da Quebrada de Humahuaca.

A Quebrada é um vale andino de 155 km de extensão, bem no meio da província de Jujuy. É uma paisagem única no mundo.

Além disso, os povos índios da região conservam crenças religiosas, festas, música e técnicas agrícolas muito antigas, que ajudaram a incluir este lugar como Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco, em 2003.

Foto Eduardo Baró

Purmamarca significa “Pueblo de la Tierra Virgen” em língua aimará, e o cerro, originado há 75 milhões de anos, é formado por sedimentos marinhos, lacustres e fluviais que foram se depositando na zona durante séculos. Cada cor vem de um período geológico diferente.

É o telão de fundo desta pequena cidade que encanta a gente logo de cara, uma localidade de origem pré-hispânica declarada Sítio Histórico Nacional e que cresceu ao redor da igreja Santa Rosa de Lima.

O melhor é observá-lo de manhã cedo, quando o sol começa a bater na montanha, e o povoado ainda está quase sem turistas, que chegam em massa a partir das 10h.

A cidade é toda em tons ocre, bem pequena, mas sempre foi passagem de viajantes, desde a época dos Incas.

Logo cedo começa e a se armar uma feirinha de artesanato infernal! Melhor não se deter aí no momento. Passear, seguir viagem, e deixar as compras para o final de tarde.

A igreja, no centro da pracinha, é toda feita adobe e cardon (uma espécie de cactus muito tradicional no Norte). Ao lado, outra jóia, um algarrobo de 700 anos. Acreditem.

A esquina mais clássica de Purmamarca

A igreja é de 1648!

Depois de observar o Cerro, minha sugestão é tomar um café com medialunas vendo a cidade se preparar para o dia e, em seguida, pegar o rumo para Salinas Grandes ( RN Nº 52, super sinalizada), outro lugar mágico, de trajeto deslumbrante.

SALINAS GRANDES

São 126 km pela Cuesta de Lipán até Abra de Potrerillo, onde estão as salinas – uma das maiores depressões da província, com mais de 12.000 hectares de sal a céu aberto. É o terceiro maior salar do mundo, depois do Salar de Uyuni, na Bolívia e do  Salar de Arizaro, em Salta. Filtro solar e óculos de sol!

Para chegar lá a gente sobe! E muito. O ponto mais alto é a 4.170 metros do nível do mar. Nesse lugar faz um frio de menos de 25 graus à noite e a água que brota chão está sempre congelada. E depois de subir a gente tem que descer e fazer tudo de novo para voltar. E dá-lhe vista linda.

Cuesta de Lipan

Para comparar: o Aconcágua, em Mendoza, tem 6.964m e é a montanha mais alta fora da Ásia.

Importante: não entrar com o carro nas salinas. A gente viu um que encalhou na meio e ficou sabendo de outro, que passou pelo mesmo problema dia seguinte.

Depois de voltar das Salinas, aí sim é hora das compras. Purmamarca é o lugar para comprar aguayos, mantas para a parede ou cama, artigos em pedra e palha, roupas de lã de ovelha e llama, pratarias.

A terceira maior salina do mundo

Esses panos coloridos custam 70 pesos o grande, tamanho casal, e 35 pesos o pequeno.

O ideal é dormir em Purmamarca para sentir a cidade depois que a maioria dos turistas vai embora. Foi o que a gente fez. Mas também dá para armar sede em Tilcara, mais adiante, e ir e voltar. Uma das coisas boas desta região é que todos os povoados são muito perto.

O hotel que a gente ficou era horrível, especialmente pelo dono, que não tem nenhum preparo para tratar com turistas, e pelo café da manhã, que era de chorar. Mas como não tinha nada mais disponível na cidade, não tivemos opção. Deixo o nome aqui para que ninguém se hospede lá: se chama hosteria Bebo Vilte. Não, não, não. 

Para fechar, deixo uma matéria sobre a Quebrada que saiu no Pagina 12 deste fim de semana, AQUI.