Para se “finar de rir”

Para ilustrar esse post, nada melhor que o Macanudo. Para quem não sabe, um personagem clássico do cartunista gaúcho Santiago. Quem quiser rir um pouco mais é só clicar no TINTA CHINA, o site da Grafar, uma associação aberta de cartunistas, chargistas, caricaturistas, ilustradores e quadrinistas gaúchos.

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ABRIR – Sair fora, cair fora: comum no convite que se faz, quando parece estar na hora de sair do lugar, “Vamo abrir?”. Mais raramente, fugir. “Abrir o tarro” significa chorar, berrar, reclamar. “Abrir a goela” ou “os peitos” quer dizer cantar. “Abrir o jogo” é sinônimo de falar às claras, desvendar implícitos; neste caso também se diz simplesmente “abrir”. Diferente de “se abrir” (v.).

A FUDER –  Pela ortografia brasileira deveria grafar-se “a foder”, mas é “a fuder” a expresão, que tem uma forma contrata, “a fu”, que também se diz, malandramente segundo o critério popular, “a fuzel”; designa aquilo que é muito bom, de alta qualidade, tanto uma situação (“Tava uma festa a fuder”) quanto um sujeito (“Bá, esse cara é a fuder”); também quer dizer a fazer (v.).

ADEUS, TIA CHICA – Forma de declarar que deu pra bolinha (v.) do que quer que seja, definitivamente, para nunca mais. “Se a gente conseguir a grana, aí adeus, tia chica”, por exemplo. Pode ser usada como comentário tanto de horrores como de maravilhas.

ATACAÇÃO – Estado alterado da mente e/ou do sentimento. Mães, por exemplo, ficam numa atacação quando tentam impor certa ordem e não conseguem sucesso.

A TROCO? – O mesmo sentido de por quê?Para quê? Derivou, por encolhimento, da expressão a troco de que santo”. É usada assim mesmo, a seco. “Tu quer que eu vá lá? Mas a troco?”

A COISA É FEIA E VEM SE DEBRUÇANDO – Diz o Fischer que essa foi criada pelo Sérgio Jacaré, quando descrevia uma situação ruim tendendo a pior. Ótima!

BEM NESSAS – Expressão de concordância com os termos de algo dito antes. “Quer dizer que além de tudo tu ainda perdeu o dinheiro? Bem nessas.”

CAPAZ – Resposta negativa sintética, de alta expressão e de grande uso. Usada, não sei por quê, especialmente por mulheres (acho eu). ‘Tu vai lá?’, responde a moça, entre o espantada com a pergunta e o indignada com a mesma coisa : ‘capaz’. E depois, na fala, não tem nem ponto de exclamação, é ponto final mesmo. Deve ter-se originado de uma pergunta de resposta a uma pergunta; no caso aí de cima, a resposta da moça, por extenso, seria algo como ‘então tu achas que eu seria capaz de ir lá?’

CHEGAR – Por mais paradoxal que possa parecer, chegar é sair. Alguém que está indo embora diz: “Bom, pessoal, vou chegar”.

CHISPAR – Sair muuuuito rápido. Normalmente mães irritadas dizem assim para as crianças: “chispa daqui!”

CUTUCO – Usa-se muito “sentir o cutuco”, perceber a gravidade da situação. As vezes vem em forma de pergunta: “Sentiu o cutuco?”

É MAIS JOGO – Expressão de aprovação a uma hipótese, entre duas ou mais. “É mais jogo ir pela Bento que pela Ipiranga”

GALETO – Guria nova (galetinho)

UÉ, SAI – Frase proferida para expressar rejeição ao que se apresentou. O filho diz para o pai que já está saindo e vai levar o carro. O pai diz: “Ué sai”, significando “Quem foi que disse que eu estou de acordo?”

A vizinha chega dia 30

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A menina fanática pelos Beatles, que sonhava com a paz mundial e odiava sopas voltará a sentar-se na porta de sua casa no próximo dia 30. E a porta dela é quase do lado da minha!!! Isso mesmo. Serei praticamente vizinha de Mafalda, a personagem criada pelo desenhista Joaquín Lavado, o “Quino”. Nessa data, vão inaugurar uma estátua em tamanho natural da chica filósofa na calle Chile 371, em San Telmo. No último final de semana, o escultor Pablo Irrgang mostrou como será a réplica da garota (FOTO).

Quando desenhou Mafalda, na década de 60, Quino vivia nesse edifício, no 10º andar. O desenhista retratou seu edifício tal e qual era, com o detalhe da maçaneta de bronze no portão de entrada, registrado em vários quadrinhos no qual Mafalda está sentada, no degrau da frente. Recorrer o bairro hoje é como meter-se nas tiras  – percorrer as ruas de paralelepípedo por onde andava o velho Citroen, visitar o kiosko de jornais de Don Jorge (que ainda está intacto, embora com outro dono), as senhoras com seus carrinhos de compras (eu também tenho o meu changuito!) e o mítico armazén “Don Manolo”.

Originalmente, Mafalda foi criada para ser a garota-propaganda de uma marca de eletrodomésticos. Mas adquiriu vida – e tirinha – própria: Em suas histórias atacava os conflitos bélicos, a Guerra Fria, o consumismo, a pobreza, o totalitarismo e a violência policial. Dizem que é o cartum mais famoso do mundo. Infelizmente, Mafalda não aparece em novas histórias desde 1973. Ficamos com as tiras antigas, então, que continuam geniais.
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Mais sobre Mafalda AQUI, inclusive alguns vídeos

Página oficial de QUINO

Vídeo com depoimentos dos vizinhos

El Culpo y Gaspar, el revolú

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No hiciste la revolución

No viajaste por el mundo como un espíritu libre

No le dejás una fortuna a tus hijos

No trabajás en lo que te gusta

No podés tomar decisiones sin pasar por terapia

No podés dejar de pensar en un día dejar todo y rajar solo a una nueva vida

Sos un miserable

Nadie te conoce mejor que yo y no me querés ni un poquito!!!

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Miguel Rep es el dibujante argentino que más me encanta, especialmente por la creación de “El culpo”. El personaje explora uno de los grandes inventos, y probablemente uno de los más efectivos, de nuestra cultura judeo-cristiana. Este gran molusco octópodo, verde, con mirada compungida y mandíbula desencajada retrata la culpa con verdaderas fuerza, capacidad de síntesis y originalidad. El monstruito se dedica a acechar a la clase media, explotando los miedos, las contradicciones, las equivocaciones de sus integrantes, en especial las del representante máximo del burgués progre: Gaspar, el revolú, también personaje maravilloso, siempre en el psicoanálisis.

Las tiras salen en Página 12 (www.pagina12.com.ar) o en http://www.miguelrep.blogspot.com/