A Revista da Fapesp deste mes traz um artigo sobre os cinemas brasileiro e argentino e o Estado. Interessante.
Deixo o link com o texto completo AQUI.
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Começa dia 1 de junho, em Sao Paulo, o 1º Festival de Cinema Argentino, realizado em parceria com o Instituto Nacional de Cine y Artes Audiovisuales (INCAA). A programação reúne cinco longas-metragens contemporâneos: Verdades verdaderas. La vida de Estela, de Nicolás Gil Lavedra; Las Acacias, de Pablo Giorgelli (Ganhadora da Câmara de Ouro no Festival de Cannes 2011); El dedo, de Sergio Teubal; Los Marzianos, de Ana Katz e Juntos para siempre, de Pablo Solarz. A promoção é do Cinemark.
O festival continua no Rio de Janeiro (21 a 28 de junho); Florianópolis (10 a 16 de agosto) e Porto Alegre (24 a 30 de agosto). Detalhes da programação AQUI.
Sinopses:
Las Acacias (As Acácias), do diretor Pablo Giorgelli, vencedor da Câmera de Ouro do Festival de Cannes em 2011, conta a história da relação criada entre o caminhoneiro Ruben e uma mulher que viaja com ele ao lado de sua filha, durante o percurso de 1.500 km entre o Paraguai e Buenos Aires. Ruben é caminhoneiro desde jovem e conhece a estrada como a palma da sua mão, mas essa viagem será única em sua vida. No elenco estão os atores Germán de Silva, Hebe Duarte e Nayra Calle Mamani.
O filme El Dedo (O Dedo), primeiro longa-metragem do diretor Sergio Teubal e premiado no Festival de Cinema de Guadalajara, em 2011. Baseado na novela El Dedo de Baldomero, de Alberto Assodourian, o filme conta a história de Florêncio, que guardou o dedo indicador do irmão que encontrou morto. Coisas estranhas começam a acontecer no vilarejo, e nem mesmo Florêncio está preparado para o efeito que o dedo do irmão terá sobre o povo e a primeira eleição na cidade. No elenco estão os atores Fabian Vena, Puma Goity, Martin Seefeld, Mariana Briski e Roly Serrano.
A comédia dramática Los Marzianos (Os Marzianos), dirigida por Ana Katz apresenta dois irmãos, Luis e Juan, brigados há algum tempo. Delfina, a terceira irmã, tenta mediar à reconciliação, sem sucesso, até que a presença de Juan em Buenos Aires para o aniversário de sua filha e o desejo da menina de comemorar na casa dos tios leva os dois irmãos ao encontro que evitavam. No elenco estão os atores Guilherme Francella, Mercedes Morán, Arturo Puig e Rita Cortese.
O longa Juntos Para Siempre (Juntos para Sempre), do diretor Pablo Solarz, descreve a vida de um roteirista de sucesso, Gross. Mergulhado em suas histórias, ele mal escuta quando sua mulher, Lucía, confessa sua infidelidade e depois o abandona. Enquanto isso, o novo roteiro de Gross vai tomando forma, e aos poucos a ficção confunde-se com a realidade. No Elenco estão os atores Peto Menahem, Malenas Solda, Florencia Peña, Luis Luque, Mirta Busnelli, Marta Lubos, Valeria Lois e Silvia Kutica.
Primeiro longa-metragem de Nicolás Gil Lavedra – que trabalha com a temática de direitos humanos desde o curta-metragem Identidad Perdida (2005) –, o filme Verdades Verdaderas(Verdades Verdadeiras) encerra o festival em Sao Paulo. A obra apresenta a história da ativista de direitos humanos Estela Barnes Carlotto (papel de Susú Pecoraro), que tem sua vida transformada pelo sequestro de sua filha, Laura, durante a ditadura militar. O filme mostra a busca de uma esposa, mãe e avó, além de retratar sua luta pelos ideais de justiça. No elenco estão os atores Alejandro Awada, Rita Cortese, Inés Efron, Laura Novoa, Fernán Mirás, Carlos Portaluppi.
Semana passada fui ver O Ultimo Elvis, que é um filmaço, divertido e triste ao mesmo tempo.
E este final de semana estarei nas filas para assistir “Elefante Blanco”, que promete ser mais um sucesso do cinema argentino. Teve estréia ontem e vendeu mais de 15 mil entradas!
Reúne o mesmo elenco de sucesso de Carancho: o diretor Paulo Trapero e sua mulher Martina Gusmán e o ator Ricardo Darin (por supuesto).
Na trama, Darín e o ator belga Jérémie Renier, conhecido pelos filmes dos irmãos Dardenne, interpretam dois padres que trabalham na comunidade de Villa Virgen, favela de Buenos Aires tomada pela violência.
No trio de roteiristas também tem repeteco, com Martín Mauregui, Alejandro Fadel e Santiago Mitre.
Perdi este filme no Bafici mas, por sorte, ele entra em cartaz nesta quinta-feira em Buenos Aires.
Deixo com vocês a sinopse (em espanhol), o trailer e o link para uma matéria que saiu no Página 12.
Carlos Gutiérrez es el último Elvis. No sólo porque es el Elvis del cono sur. Es también el último Elvis, el del final, alejado de su plenitud física, excedido de peso, sudoroso, malhumorado. Pero también apasionado y con absoluto manejo de su histrionismo. Carlos trabaja en una fábrica, y también trabaja de imitador de Elvis en casamientos y otros eventos. Pero Carlos no es el obrero, ni siquiera es Carlos: es Elvis. Come lo que comía Elvis, en su televisión no hay otra opción que conciertos del Rey, vive la admiración y la personificación como obsesión inquebrantable. Carlos también es un padre separado, y tiene una hija llamada, por supuesto, Lisa Marie. Carlos tiene planes. Y también está la realidad. La ópera prima de Armando Bo presenta un personaje y un actor inolvidables, y una remarcable seguridad narrativa que se anima a la emoción profunda y no por eso menos pudorosa. No hay muchas películas como El último Elvis, en las que un debutante se anime con semejante aplomo a tantos temas cruciales.
Dia 11 começa o Bafici, o Festival do Cinema Independente de Buenos Aires. São mais de 400 filmes, a maioria de diretores que nós, comuns mortais, nunca ouvimos falar. Desesperador.
A hora de comprar os ingresso é agora! Melhor conseguir a programação impressa, ler as resenhas, ler as críticas que estão saindo nos jornais e só depois ir ao Abasto comprar as entradas (ou adquiri-las por internet). Deixar para decidir lá não dá certo. É muita informação.
Este ano estarei apenas dois dias do festival em Buenos Aires, de forma que a minha seleção foi mais fácil. Deixo com vocês o trailer de algumas películas que vou ver e de outras de gostaria mas não posso. Fica a sugestão. Se der, acompanhem o site da Natália Barrenha, que sempre tem dicas bacanas sobre cinema. A moça é fera!
O que eu vou ver (sinospses em espanhol, retiradas da programação do Bafici)
O que nao vou ver mais queria
Algumas recomendacoes: http://micropsia.otroscines.com/2012/04/bafici-2012-algunas-recomendaciones/
Brasileiro, naturalizado argentino em 1984, Moacir Santos chegou a Buenos Aires fugindo da pobreza, do abandono do pai e de uma mãe alcoólatra. Compositor, com um talento nato para cantar, passou dez anos internado no hospital neuropsiquiátrico Borda com um diagnóstico de esquizofrenia paranóide.
Hoje, aos 69 anos cumpridos semana passada, Moacir é uma espécie de celebridade na capital argentina. Teve alta (ganha uma ajuda de custo para viver sozinho), acaba de estrear um documentário e de cumprir o sonho de todo o músico: gravar um disco.
O cd inclui 12 músicas, sendo oito delas composições próprias, que ele havia registrado quando chegou à Argentina e dava como perdidas. Entre elas, tangos, sambas, e boleros. Além de ótimas marchinhas!
O resgate – das músicas e da vida – veio pelas mãos do cineasta Tomás Lipgot, que descobriu Moacir ainda em sua fase de internação, quando filmava outro documentário no Borda.
O brasileiro chamou a atenção do diretor por seu talento, mas também por sua doçura e bom humor. Lipgot decidiu então ir atrás das partituras que ele dizia ter registrado. Estavam lá.
Fizeram um trato. Se Moacir gravasse um disco, Lipgot faria um filme sobre a sua vida. E fez. O documentário é isso, o dia a dia do Moacir, sua personalidade, seu humor e a epopéia da gravação, que teve como padrinho o músico Sergio Pángaro.
O filme começa a ser apresentado no Brasil mês que vem, em Porto Alegre, no Festival de Verão do RS e, se tudo der certo, vai circular por todo o país. Não deixem de assisti-lo!
Por aqui, é o maior sucesso. Tanto é que as apresentações no Malba agora incluem um petit show no final. Moacir ao vivo.
No filme, tem uma hora que Pángaro profetiza: a Marcha do Travesti vai pegar! Não deu outra. Terminado o documentário a gente sai com o tema na cabeça. “Zazá, Zezé, Zuzu. Não precisa dizer mais nada”. É a marchinha do Carnaval de 2012 em Buenos Aires.
Com a pinta que tem – careca (usa perucas crespas e alisadas para se apresentar), muitos dentes “a menos”, um óculos de sol enorme e um portunhol nem sempre entendível – Moacir podia ser o que muitos chamam de bizarro. Mas não.
Moacir é um homem brilhante. Não porque seja um artista excepcional, mas pela forca que o faz seguir adiante apesar da absoluta solidão e pobreza. E pelo exemplo de vida que nos dá.
Íntegra no Noblat, AQUI.
Ontem fui ver o documentário “Tata Cedrón, a volta de Juancito Caminhador”, de Fernando Pérez, sobre a volta à Argentina de Juan “Tata” Cedrón, um dos músicos mais renovadores do tango, que retornou ao país depois de 30 anos de exílio político em Paris. Uma delícia de película!
Crítica do filme em Página 12, AQUI.
Ontem vi um filme muito lindo sobre Cabo Polônio, no Uruguai.
Não é uma película que recomendaria a qualquer pessoa, pela estranheza que provoca. No início me pareceu que ia ser uma chatice, depois o roteiro me levou a viajar pelo Farol de Santa Marta dos velhos tempos, quando íamos para lá no inverno, e me ganhou por completo.
O filme, chamado El Polonio, é um documentário. Conta a história de Natalia, uma mulher que foi buscar tranquilidade deste povoado depois de perder a filha Trinidad, há oito anos. Aos poucos a câmara vai se metendo em sua vida e na de seus amigos e mostrando esse mundo onde não há luz elétrica, nem água potável, nem gás, mas ao qual muitos vão para conectar-se com suas próprias histórias.
“Todos aqui são pacientes”, diz em determinado momento a protagonista.
Com direção de Daiana Rosenfeld e Aníbal Ezequiel Garist, a gente anda pelo balneário vazio fora de temporada, e tem a noção exata da solidão e do contato inevitável com a natureza. Os dois passaram quase um ano convivendo com os moradores antes de começar a rodar o filme, que foi feito em seis meses.
Ei, não é película de Hollywood! O roteiro é lento como costumam ser as caminhadas nestes lugares. Eu gostei.
A vida de Estela de Carlotto, dirigente de Avós da Praça de Maio, entidade que já recuperou mais de 100 filhos de desaparecidos durante a ditadura militar, chegou esta semana aos cinemas argentinos.
A direção é de Nicolás Gil Lavedra, filho do deputado radical Ricardo Gil Lavedra, um dos magistrados do famoso Juicio a las Juntas, no qual foram julgados os delitos do regime (1976-1983). Estima-se em 30 mil o número de desaparecidos e cerca de 500 bebes roubados no período.
O filme conta como a ditadura mudou a vida de Carlotto, uma professora que sofreu o seqüestro do esposo (liberado mediante resgate) e logo em seguida o desaparecimento da filha, que deu a luz em cativeiro antes de ser assassinada.
A busca deste neto a levou a criar a associação humanitária Abuelas, hoje emblema da luta pelos direitos humanos.
Sou fã absoluta desta mulher.
Deixo abaixo o trailer e uma nota que fiz quando encontraram o neto 101, Francisco Madariaga Quintela.
Basta clicar no título: Ha sido una historia oscura