Piglia na TV Pública

É hoje e amanha.

A Biblioteca Nacional está organizando um ciclo de classes abertas sobre “Cenas da Novela Argentina”, a cargo do escritor e professore Ricardo Piglia. As conferencias serão gravadas e emitidas como um programa de televisão da TV Pública.  Na primeira, hoje, às 17h30, Piglia se falará sobre a tensão entre a ficção e a política em Amalia, de José Mármol, e Una excursión a los indios ranqueles, de Lucio V. Mansilla.

Será no Estúdio 1 da Televisión Pública, Av. Figueroa Alcorta 2977. Inscrição pelo email contacto@bn.gov.ar

Amanha, no mesmo horário e local, Piglia abordará a oralidade e a escrita na tradicao políticae, para isso, analisará Juan Moreira, de Eduardo Gutiérrez, e Silbidos de un vago, de Eugenio Cambaceres.

 

Cartas de Baires: Terapia para todos!

A série de televisão Em Terapia desembarcou semana passada na cidade mais psicanalisada do mundo. E tem tudo para ser um absoluto sucesso.Buenos Aires possui um terapeuta para 120 habitantes, um linguajar “psi” que é dominado pela população e, convenhamos, um estoque de problemas para muitas sessões!

A versão argentina segue a ficção original, criada em Israel com o nome de “Be Tipul”, e depois vendida a 35 países do mundo, sendo a adaptação americana (In Treatment) a mais popular.

O programa, o primeiro da TV publica em alta definição, tem a lógica de uma terapia real. São 30 minutos de “sessão” sem intervalos comerciais, e cada paciente aparece em seu dia definido da semana. O papel principal, de terapeuta, ficou a cargo de um ator (Diego Peretti) que é psiquiatra de profissão e que encara o papel de psicanalista pela terceira vez em sua carreira.

Os primeiros capítulos mostraram que não serão leves os temas abordados.

Um dos pacientes, por exemplo, é um policial de elite que, em função de um erro numa operação contra narcotraficantes, acabou matando crianças e mulheres. Mas há também uma adolescente com tendências suicidas, um casal em crise que enfrente o dilema de ter um filho ou abortar e uma médica que se apaixona pelo terapeuta. O último dia da semana é reservado para reunião do terapeuta com sua supervisora (papel encarado pela grande Norma Aleandro).

Embora a psicanálise seja uma das grandes paixões argentina, o método terapêutico da série, na verdade, não é de linha psicanalítica. Segundo a produção, “é um ramo da psicoterapia subjetiva, derivada da freudiana, em que o terapeuta é parte do jogo, onde suas emoções e sentimentos fazem parte da sessão”.

Todos os encontros podem ser vistos, no dia seguinte após a exibição, na página do programa no Facebook AQUI.

Em tempos de TV aberta de tão baixa qualidade, me parece um luxo que uma televisão pública invista em uma série baseada exclusivamente na palavra e no roteiro, sem grandes produções, sem ação em tempo integral, sem tiros, sem correria. E, principalmente, sem mulher pelada.

São apenas duas pessoas, às vezes três, sentados um em frente ao outro, falando de intimidades. Pausas, silêncios, frases inteligentes, boa fotografia, excelentes atores. Que mais se pode pedir?

“A audiência culta se constrói”, afirmou o diretor Alejandro Maci.

Se fosse terapia, dava “alta” para a TV Pública argentina.

Abaixo, um pouco de cada personagem, para quem quiser acompanhar pela internet

Texto no Noblat, AQUI.

A quem interessar possa…

Presidente de Latinoamerica

Sexta, as 23h30

A TV Pública (Canal 7) fez uma série de documentários com presidentes da América Latina. Na próxima sexta-feira exibe a primeira parte das entrevistas com Lula. O programa começa as 23h30.

Boa surpresa em meio ao caos da tv aberta

canal7_isotipo_tv_publica_color_3dA TV Pública Argentina, aliás, tem uma excelente qualidade. Há cinco anos não tenho tevê a cabo, então se há uma coisa que sei é quais os poucos programas passíveis de serem assistidos, sem nenhuma crise nervosa, na televisão aberta. Um deles é “Espejo Retrovisor”, um programa de análise e reflexão de fatos históricos, todas as quartas, às 22h10. É apresentador pelo historiador Felipe Pigna. Hoje, por exemplo, o tema são os 18 anos de luta que, no folclore do movimento nacional justicialista, se conhece como a Resistência Peronista. Outro programa interessante é “Elepê”, segunda à noite, que mostra a cozinha da produção de discos clássicos do rock argentino, com detalhes contados pelos protagonistas e pessoas ligadas ao meio. É apresentado por Nicolás Pauls. A TV Pública também passa excelentes documentários, minisséries e filmes. Uma boa surpresa.

Programação completa AQUI

Ciudad de los hombres _crítica

Fiquei impressionada com a boa repercussão de Cidade dos Homens aqui na Argentina. A minisérie está sendo exibida (creio que termina hoje) pelo Canal 7, a Tv Pública, e recebeu rasgados elogios de toda a imprensa.  Vejam só o texto de Crítica Digital para “Ciudad de los hombres”:

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“Basta sólo poner el televisor en Canal 7, de lunes a jueves a las 23, para que una verdad revelada del medio televisivo argentino se desplome como un castillo de naipes. Es habitual escuchar a los popes del medio nacional decir “la televisión abierta argentina es de las mejores del mundo, a años luz de lo que se hace en Latinoamérica”. Mentira ominosa. Ciudad de los hombres es, por lejos, no sólo cien veces mejor que cualquier ficción que la Argentina haya producido en los últimos treinta años sino algo de lo mejor que el mundo puede ofrecer en materia televisiva, que rebaja a las sitcoms americanas a lo que son: buen packaging y tres ideas que se repiten.”

Como eu já tinha comentado, o único problema é o fato da série ter sido dublada.

“Hay un tremendo “pero” en la exhibición de esta miniserie, y es el inexplicable doblaje mexicano que seguramente ahuyentará incluso al espectador más comprensivo. Es que reemplazar “garoto” por “carnal”, hablar de “cuate” o “padrísimo” es una garantía para espantar al posible televidente, que ya mucho esfuerzo tiene que hacer para seguir una ficción vertiginosa en la que todo el tiempo las historias se ramifican. La televisión pública, que se anota un poroto al programar una ficción insuperable, se lo resta al descuidar ese detalle no menor”.

Imperdible para periodistas!! Inauguración mañana, el martes, a las 18

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La Televisión Pública, la Facultad de Periodismo y Comunicación Social de la Universidad Nacional de La Plata y el Archivo Histórico del Instituto Cultural de la Provincia de Buenos Aires, presentan “Rodolfo Walsh, la sublevación de la palabra”, una muestra en homenaje al periodista, escritor y militante, que recorre momentos destacados de su vida y su obra. La exposición será inaugurada formalmente mañana, a las 18, con un acto en el que se celebrará el Día del periodista. Puede visitarse, hasta el 12 de junio, en Canal 7 (Av. F. Alcorta 2977, Ciudad de Buenos Aires). Todos los días de 9 a 19.

Rodolfo J. Walsh nació en 1927 en la provincia de Río Negro. Fue escritor, periodista, traductor y asesor de colecciones. Su obra recorre especialmente el género policial, periodístico y testimonial, con celebradas obras como Operación Masacre y Quién mató a Rosendo. Walsh es para muchos el paradigmático producto de una tensión resuelta: la establecida entre el intelectual y la política, la ficción y el compromiso revolucionario. El 25 de marzo de 1977 un pelotón especializado emboscó a Rodolfo Walsh en calles de Buenos Aires con el objetivo de aprehenderlo vivo. Walsh, militante revolucionario, se resistió, hirió y fue herido a su vez de muerte. Su cuerpo nunca apareció. El día anterior había escrito lo que sería su última palabra pública: la Carta Abierta a la Junta Militar. La muestra está organizada en imágenes y textos de gran formato, montados en paneles. También se exhiben objetos, fotografías inéditas, revistas en las que colaboró y libros.

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Será inaugurada amanhã, aqui em Buenos Aires, uma mostra em homenagem ao jornalista Rodolfo Walsh. A iniciativa faz parte das comemorações do Dia do Jornalista na Argentina, que é celebrado em 7 de junho. No Brasil, pouco sabemos deste argentino, um dos grandes personagens do século passado em nosso continente. Sua obra não foi traduzida para o português. O principal livro de Rodolfo Walsh, Operación Massacre, é um trabalho de jornalismo-literário produzido muito antes deste gênero tornar-se coqueluche nos Estados Unidos, o que viria a ocorrer nos anos 60. Nesta obra, o escritor relata as descobertas que fez, atuando de maneira clandestina, sobre um fuzilamento em massa na região metropolitana de Buenos Aires, ordenado pela junta militar que golpeou a Argentina em 1955. Walsh, que foi guerrilheiro da organização de origem nacionalista e peronista Montoneros, nos anos 70, morreu assassinado pela ditadura militar de Vidella (1976-1983), numa emboscada traiçoeira, um dia depois de divulgar a “Carta aberta de um escritor à Junta Militar”, um documento que pela sua importância histórica deveria ser distribuído em todas as escolas do continente, para que nos lembremos diariamente do horror e da infâmia.

Há um excelente texto sobre ele, em português, no site: http://www.overmundo.com.br/overblog/em-memoria-de-rodolfo-walsh

“Carta aberta de um escritor à Junta Militar” pode ser lida AQUI

Outras informações, em espanhol, em http://www.rodolfowalsh.org/

Ciudad de los Hombres en la TV Publica

cidade-de-dos-homensA série brasileira Cidade dos Homens começou a ser exibida ontem no Canal 7, a TV Pública da Argentina. Infelizmente, os capítulos serão dublados e não legendados. O filme que dá origem à série foi nominado em quatro categorias para o Oscar, incluindo Melhor Diretor, para Fernando Meirelles. O relato está centrado na história de Laranjinha e Acerola, dois amigos que vivem entre os perigos de uma favela no Rio de Janeiro. Cidade dos Homens, produzida pela TV Globo, já foi exibida em mais de 20 países e exibe a condição de crianças e adolescente que vivem nestas áreas de maneira realista, mas também com uma dose de humor.

Ciudad de los hombres, que comienzo ayer en la pantalla de Canal 7, será exhibida de lunes a jueves a las 23. Es una serie basada en la película brasileña multipremiada Ciudad de Dios que, entre otros, fue nominada en cuatro categorías para los Oscar, incluyendo Mejor director para Fernando Meirelles. El relato se centra en la historia de Laranjinha y Acerola, dos amigos que viven entre los riesgos y peligros de un barrio bajo de Río de Janeiro. Ciudad de los hombres –producida por TV Globo y emitida en más de 20 países- pone en relieve la condición de los chicos y adolescentes en esas áreas, de manera realista pero con una dosis de humor. Lamentablemente, la serie  fue doblada.