Literatura: dia 12 começa o Filba

Vallejo é a estrela deste ano

Aqui em Buenos Aires é assim: nem bem a gente se recupera de um festival, começa outro. Este mês, o principal evento é a quarta edição do Festival Internacional de Literatura (FILBA).

Sao 20 autores estrangeiros convidados e mais 40 argentinos – coordenando atividades como painéis, entrevistas, leituras, oficinas e performances, em dez sedes diferentes.

A abertura será feita pelo grande Ricardo Piglia, às 20h, e será transmitida ao vivo pela página do Malba: http://www.malba.org.ar/web/malbaenvivo.php

Embora um dos grandes nomes participantes seja o colombiano Fernando Vallejo (“La virgen de los sicarios” e “La puta de Babilonia”), o México é o país homenageado deste ano. O Festival rendirá homenagem às letras mexicanas com leituras especias das obras de José Emilio Pacheco (1939), Sergio Pitol (1933), Octavio Paz (1914-1998) e Carlos Monsiváis (1935-2010).

Participarão oito escritores e pensadores mexicanos, além de Sandra Lorenzano, escritora argentina radicada no México há mais de 3o anos: Margo Glantz, Alvaro Enrigue, Fabio Morabito, Guillermo Fadanelli, Leonardo Da Jandra, Valeria Luiselli, Julián Herbert e o compositor Mario Lavista.

Do Brasil participam Ronaldo Correia de Brito e Sergio Sant’Anna.

A programação é sempre interessante e me faz descobrir novos autores. Este ano fiquei especialmente interessado em fazer a oficina Cómo mirar lo extranjero y escribir sobre ello, coordenada por Mercedes Cebrián.

Uma das novidades deste ano é a Filbita, Festival Internacional de Literatura Infantil e Juvenil, que começa hoje. Tem um monte de coisas bacanas para os pequenos, inclusive a criação de um livro gigante! A programação completa para os pequenos está AQUI. 

Há uma boa matéria no Página 12, detalhando toda a oferta para adultos, que também pode ser encontrada AQUI. 

Cortázar: 3.000 páginas de cartas

Foto: Antonio Gálvez

“Comprendo muy bien que muchos hombres hayan dejado mejores cartas que libros: es que, quizá sin advertirlo, ponían lo mejor de sí en esos mensajes a amigos o amantes. Yo he escrito muchas cartas y, fuera de las estrictamente circunstanciales (que no se pueden evitar muchas veces), he dejado en cada una de ellas mucho de mí, mucho de lo mejor o lo peor que hay en mi mente y en mi sensibilidad”.

Quem acompanha este blog, sabe. Sou mega “cortaziana”.

Então imaginem a minha felicidade ao saber que chegaram este mês às livrarias argentinas os cinco volumes de cartas do argentino Julio Cortázar, editados recentemente na Espanha pela primeira mulher do escritor e herdeira de toda sua obra, Aurora Bernárdez.

São mais de três mil correspondências, sendo pelo menos mil inéditas.

Estas obras abrem um universo íntimo em torno desse escritor chave para o chamado Boom latino-americano, testemunha de toda uma época, das ascensão do peronismo, dos anos 60, da ditadura, da história da Argentina e, especialmente, de Paris. Amigos, livros, intimidades, prazeres, segredos, política, projetos.  Está tudo lá.

As cartas de Cortazár já vem sido publicadas há alguns anos. Agora foram ampliadas e organizadas cronologicamente (1937-1954; 1955-1964; 1965-1968; 1969-1976 e 1977-1984).

 Carta a Paul Blackburn, Viena, 27 de marzo de 1959

¿De dónde salieron los cronopios?

¿De dónde saqué la palabra cronopio? Vamos, Paul, no deberías preguntar este tipo de cosas. ¿Cómo puedo saberlo? Yo estaba en el Théâtre des Champs Elysées escuchando música y llegaron los cronopios. Simplemente llegaron, en cuerpo y alma. La única diferencia con la forma definitiva es que al principio eran para mí más bien algo parecido a globos verdes y húmedos. Por eso en “Costumbres de los famas” los califico de esos objetos verdes y húmedos. Sus características humanas fueron apareciendo después, a medida que escribía los relatos. Cronus y opus no significan nada para mí. Me gusta la manera inteligente en que utilizas la posible explicación. En realidad tu traducción es una nueva historia de cronopios y de famas, o sea, algo lleno de imaginación y de poesía. Me explico: Bailar tregua y bailar ala no se puede traducir por “to dance truce and dance catalán”… Por lo pronto, cartala no quiere decir catalán… “Buenas salenas cronopio cronopio” no quiere decir nada. “Salenas” es una palabra inventada, que me gusta porque rima con “buenas” y el resultado es rítmico y les va bien a los cronopios. Tendrías que encontrar alguna manera equivalente en inglés… Todo ese diálogo en “Alegría del cronopio” es un puro nonsense, que en español tiene valor mágico solamente. Me parece que ese relato es uno de los más difíciles de traducir, ¿verdad?

Outros posts sobre Cortázar abaixo:

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Cortázar

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Cortázar: as cartas dos anos tristes 

Dica de leitura: Una misma noche

Estou “agarrada” no livro Una misma noche, creio que ainda sem publicação no Brasil, escrito por Leopoldo Brizuela e vencedor do premio Alfaguara de Novela 2012, considerado um dos mais importantes no âmbito hispânico.

O livro é ótimo!

A sinopse é a seguinte: Uma madrugada de 2010 o escritor Leonardo Bazán é testemunha de um assalto em uma casa vizinha. Não é um roubo casual: o assalto é feito por um grupo organizado, com uma logística sofisticada e com o envolvimento de um patrulheiro da  Policía Científica.

Mas o que mais perturba Bazán é a memória de uma experiência similar – da qual ele também foi testemunha, junto a seus pais – ocorrida nesta mesma cada em 1976, logo após o início da ditadura militar na Argentina.

O trauma daquela noite parecia ter ficado no esquecimento, mas agora Barzán sente que precisa escrever para entender…e para salvar-se.

Como agiram exatamente ele e seus pais na época? Como julgar hoje estas reações? Como é possível que uma estrutura criminal, montada há décadas, ainda siga existindo e que as pessoas sigam reagindo da mesma maneira, como o mesmo medo?

É o segundo livro de Brizuela que leio. O primeiro – Lisboa, un melodrama – tinha tudo para me conquistar, mas confesso que demorei para engrenar e segue firme na minha mesa de luz. Este não dá para largar.

Anfibia: nova revista na área

Outro bom texto é Mientras el Diego duerme, sobre um famoso cabaré de Buenos Aires

De vez em quando tem boa notícia para jornalistas, como a revista digital  Anfibia, lançada esta semana em Buenos Aires. Alem de experimentar, a publicação vai falar sobre a América Latina. Maravilha.

É uma nova proposta para a narração de histórias jornalísticas e relatos de não ficção, que promete mesclar os discursos da teoria e da análise com as novas narrativas.

Algumas cronicas são, inclusive, elaboradas a quatro mãos, por profissionais que representam os dois perfis: cronistas e acadêmicos.

Um belo exemplo é o texto sobre os NAO-ALINHADOS da Venezuela.

Existen los chavistas, los antichavistas y un tercer grupo, el más numeroso, el menos conocido, el que definirá las elecciones presidenciales de octubre: los “no alineados”. Como Marielena, que votaba por Chávez, pero ahora no sabe.

Que esté desilusionada de su presidente no significa que haya cruzado la frontera hacia otro planeta. De hecho, está en su propio territorio: el de los no alineados, como a veces llaman a los venezolanos que no se autodefinen ni chavistas ni opositores. El de Marielena es un territorio superpoblado donde habitan, según las encuestas, un tercio de los venezolanos. Unos nueve millones de una Venezuela de veintisiete millones de habitantes, donde el promedio de edad, según el último censo de 2011, es de veintiséis años. Un territorio joven, como la chica costeña de cintura desdibujada.

Texto de : Liza López John Magdaleno, completo AQUI. 

O lançamento conta com “pesos pesados” da narrativa latino-americana, como Juan Villoro, Martín Caparrós e Alberto Salcedo Ramos, além de um bom grupo de  fotógrafos e colaboradores.

A publicação foi criada pelo “Programa Lectura Mundi de la Universidad Nacional de San Martín – UNSAM, com o apoio da “Fundación Nuevo Periodismo Iberoamericano” (FNPI). E já vai promover sua primeira atividade, o Taller Anfibio: Adentro, al borde o afuera: Crónicas de la diversidad juvenil en América Latina, de 6 a 10 de junho.

A atividade será conduzida por Francisco Goldman, jornalista, e Rossana Reguillo, investigadora em antropologia social.

As ruas de Borges

O bom da internet é isso: buscando uma coisa a gente acha outra!

Deixo com vocês um vídeo rapidão, de menos de dois minutos, feito por Ian Ruschel, diretor da Zeppelin Filmes, mostrando as ruas de Buenos Aires e de Capilla del Señor, que fica a 82 quilômetros da capital argentina.

Chamado “Las Calles de Borges, mostra cenas captadas durante o inverno de 2010. O ator Alcidez Zonco interpreta Borges. Mas o próprio escritor surge ao final, em imagens em preto e branco, falando da tarefa de criar. Como trilha, foi escolhida uma música de Gustavo Santaolalla.

Nova bibliografia sobre Malvinas

O conflito das Malvinas foi um dos booms editoriais da Feira do Livro de Buenos Aires neste ano em que se lembra o 30º aniversário da guerra entre Argentina e o Reino Unido pela soberania das ilhas.

Deixo abaixo uma lista de títulos (entre livros novos e reedições).

Se o dinheiro der para comprar apenas um, minha aposta fica entre Lágrimas de hielo e o livro Montoneros o la ballena blanca”, do pesquisador Federico Lorenz, que aborda a guerra sob a perspectiva histórica vinculada com terrorismo de Estado numa obra de ficção. Este cara é o cara. Há muitos anos escreve sobre o tema, sendo que esta é sua primeira obra de cunho literário. Fiquei curiosa.

1. Lágrimas de hielo(NOVO), da jornalista Natasha Niebeskikwiat, traz à tona os abusos e tormentos que “não poucos” soldados sofrerem por parte de seus oficiais superiores, assunto que chegou há pouco na Corte Surprema de Justica da Argentina, para que esta determine se estes crimes foram ou não contra a humanidade.

Natasha, primeira jornalista a pisar no arquipélago do Atlantico Sul depois da guerra, afirma que há 70 oficiais e sub-oficiais imputados por abusos e até um morto pela própria tropa.

«Lo más grave —reflexiona— no eran los estacamientos, enterrarles vivos hasta el cuello o las tremendas palizas que recibieron. Lo peor era que no les daban de comer».

Os sete pilotos que participaram da operação

2. “Malvinas, los vuelos secretos“, de  Gonzalo Sánchez  (NOVO),é um livro sobre os pilotos das Aerolíneas Argentinas que voavam para a Líbia, África do Sul e Israel para conseguir armas e traze-las ao país durante a guerra. AQUI, uma entrevista com o autor e MATÉRIA feita com os pilotos e publicada no Clarín.

3. “Rabinos de Malvinas” (NOVO) – Nesta obra, Hernán Dobry traz à tona a história de cinco religiosos que foram enviados às ilhas como apoio espiritual aos soldados judios.  Foi a primeira vez na história do país que sacerdotes de outra fé que não a católica formaram parte das Forcas Armadas. Eles tem um próprio blog sobre o tema.

4. “Guerra de Malvinas: imágenes de una tragedia”, de Román Lejtman, promete abordar “o papel da CIA; os satélites da União Soviética e a influencia de Fidel Castro e Augusto Pinochet no conflito bélico”

5. “Vidas marcadas, nuevas crónicas sobre Malvinas”,  de Agustín Gallardo, busca “recuperar a voz, o depoimento e a vivencias dos protagonistas e atores secundários don conflito”.

6. “Malvinas Operación Chaff – un secreto juego de espejos“, apresenta a visao do Brigadeiro ao Ar Ernesto Víctor Michelli sobre o conflito.

7. “Malvinas, la trama secreta”, um trabalho de pesquisa dos jornalistas Oscar Raúl Cardoso, Ricardo Kirschbaum e Eduardo Van der Kooy, publicado pela primeira vez em 1983, revisado em 1992 e reeditado agora.

8. 1982 (NOVO), do jornalista argentino Juan Bautista Yofre.

9. Vidas marcadas (NOVO), do jornalista Agustín Gallardo, que traz relatos de protagonistas que estiveram diretamente na guerra

10. Malvinas, façanha ou incompetência ou Até o último dia, do tenente-general Martín Balza e do coronel Dardo Forti, respectivamente.

11. “Trasfondo” (NOVO), de Patricia Ratto (ficção)

12. Montoneros o la ballena blanca” (NOVO), do pesquisador Federico Lorenz, aborda a guerra sob a perspectiva histórica vinculada com terrorismo de Estado. Crítica do Pàgina 12 AQUI. 

Galeano na Feira do Livro de Buenos Aires

Foto Clarín

Para quem cresceu visitando a Feira do Livro de Porto Alegre, é difícil encarar a de Buenos Aires. Comercial, feia, desinteressante. Mas este ano o evento tem um atrativo irresistível: Eduardo Galeano, para mim um dos escritores mais lúcidos do nosso tempo.

Deixo para vocês os links das entrevistas que ele deu no final de semana para os jornais Página 12 e revista Ñ, do Clarin, onde diz coisas lindas.

Yo creo que fuimos nacidos hijos de los días, porque cada día tiene una historia y nosotros somos las historias que vivimos, las que imaginamos, las que nos esperan.

Detalhes da feira AQUI. 

Dicas de Lisboa: Fernando Pessoa

Nos encontramos (e desencontramos) com Fernando Pessoa diversas vezes em Lisboa.

Um dos encontros foi na na Fundação Calouste Gulbenkian, que estava com a uma exposição dedicada ao poeta e aos seus heterônimos,  chamada “Fernando Pessoa, plural como o universo”. Com curadoria de Carlos Felipe Moisés e Richard Zenith, a mostra tinha  raridades como a primeira edição do livro Mensagem, com uma dedicatória escrita pelo poeta, e o baú onde ele guardava seus texto. É a mesma exposição que esteve em São Paulo, no Museu da Língua Portuguesa. Ficamos horas por lá, desvendando cada cantinho.

O Edu e eu, descobrindo com Pessoa que também somos múltiplos

O desencontro foi na Casa Fernando Pessoa, em Lisboa. A gente tentou chegar lá duas vezes, e em nenhuma deu certo. Na primeira, nos perdemos. E na segunda o lugar estava fechado.

Inaugurada em novembro de 1993, a Casa Fernando Pessoa é um centro cultural destinado a homenagear o poeta e a sua memória, criado no local onde ele passou os seus últimos quinze anos de vida, em Campo de Ourique. Tem um auditório e uma biblioteca exclusivamente dedicada à poesia, além de uma parte do espólio de Pessoa (objetos e mobiliário que pertenceram ao poeta e que são atualmente patrimônio municipal).

No primeiro piso está o último quarto de Fernando Pessoa, reconstituído tal como era, com alguns móveis que lhe pertenceram e que o acompanharam ao longo de uma vida de mudanças de habitação – dezesseis no total. Neste quarto encontra-se a comoda onde Fernando Pessoa teria escrito, na noite de 8 de março de 1914, três dos seus poemas maiores: O Guardador de Rebanhos, de Alberto Caeiro, A Chuva Oblíqua, de Fernando Pessoa, e a Ode Triunfal, de Álvaro de Campos.

Quarto do poeta, tal como era antes

Mas como a vida é real e de viés, nos deu um presente. Outro encontro.

Vejam bem que casualidade, no último dia da viagem conhecemos a arquiteta italiana Daniela Ermano, que fez a reforma da casa de Pessoa, e que nos presentou com uma noite contando fatos inéditos da vida do poeta. Uma honra!

Ela também era amiga do escritor Antonio Tabucchi, um divulgador da obra de Fernando Pessoa, de quem foi tradutor e sobre quem escreveu. Tivemos acesso a um texto inédito de Tabucchi, que justo veio a falecer semana passada.

De origem italiana, o único livro que Tabucchi escreveu em português chama-se “Requiem”, uma obra que é “uma alucinação em torno de Fernando Pessoa” e simultaneamente uma declaração de amor a Portugal e, em particular, a Lisboa. Dirigida pela escritora Inês Pedrosa, a Casa Fernando Pessoa realizou, justamente hoje, uma maratona de leitura integral do “Requiem”.

Ficamos sabendo da morte dele num dos lugares mais lindos que já pisei. Cap de Creus, no norte da Espanha.

Um brinde à obra que nos deixou Tabucchi

Um terceiro encontro com Pessoa veio por meio da obra A máquina de fazer espanhóis,  romance de Valter Hugo Mãe, que narra a história de Antônio Jorge da Silva, um barbeiro de 84 anos que depois de perder a mulher passa a viver num asilo. Nesse lugar o narrador conhece o personagem Esteves, que diz ser o “Esteves” que habita os versos do poema “Tabacaria”, de Fernando Pessoa, a quem verdadeiramente conheceu no suposto estabelecimento. É o “Esteves sem metafísica”. Além desta referência, vale dizer que me emocionei diversas vezes nesta leitura, que é essencialmente sobre a velhice.

O Edu, sortudo, teve uma conversa mais íntima com o poeta. Para ler a íntegra do poema Tabacaria, clique AQUI.

Não sou nada. Nunca serei nada. Não posso querer ser nada. À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo. (do poema A Tabacaria)

Dica de leitura: Betibú

A-d-o-r-o policiais!!

Nada como um bom policial para nos entreter nessas tardes quentes de verão. Ainda mais quando tem “periodistas” no meio!

Deixo a dica aqui: Betibú, livro de Claudia Piñeiro, lançado no ano passado.

A história é a seguinte. Quando Pedro Chazarreta aparece degolado em sua casa no condomínio La Maravillosa com uma faca na mão, a primeira hipótese levantada é suicídio. Mas não seria coincidência demais que ele tenha morrido da mesma forma que sua mulher há alguns anos?

A morte de Chazarreta faz com que Lorenzo Rinaldi, chefe da redação do jornal El Tribuno (um dos jornais mais importantes do país) e ex-amante de Betibú, a chame para dar um touch literário à cobertura jornalísta diretamente de La Maravillosa.

Betibú, ou Nurit Iscar, é uma escritora de romances que desde o fracasso de seu último livro vem trabalhando como ghostwriter. Seu envolvimento com Rinaldi não terminou bem, mas ela vê a empreitada como uma oportunidade de retomar sua carreira e aceita a proposta. A ela vão se juntar Jaime Brena, ex-jornalista da sessão Policial do El Tribuno, que está à beira da aposentadoria, e o novato da sessão Policial.

O trio mergulha fundo no caso para desvendar a morte e acaba descobrindo uma série de mortes de pessoas ligadas a Chazarreta. O que essas pessoas tinham em comum? Quem poderia querer matá-las? Qual seria motivo?

Em paralelo à trama policialesca, o livro apresenta um panorama do cotidiano das pessoas em Buenos Aires em contraposição aos hábitos daqueles que decidem viver em um condomínio fechado próximo dessa cidade. Os opostos também marcam presença nos personagens de Brena, um jornalista à moda antiga, com vasta experiência “nas ruas”, e do novato da sessão Policial, cujo centro do mundo é Google.

Uma delícia.

Como os livros agora vem com trailer, segue o filmete abaixo.

 

Sucesso editorial: 10 anos de Eloísa Cartonera

Foto newlynartgallery.co.uk/

Hoje tem festinha em La Boca, a partir das 19h, para comemorar os 10 anos da editorial Eloisa Cartonera. A Eloisa é uma cooperativa que desde 2003 produz livros artesanais, com capas feitas de papelão comprado dos cartoneros, os catadores de papel da Argentina. Já são mais de 150 títulos editados, só de gente boa. Ricardo Piglia, Alan Pauls, Mario Bellatin, César Aira.

Em 2010 fiz uma matéria sobre eles para o Noblat. Deixo o link AQUI para quem não leu o texto na época.

Quem quiser aparecer, a reunião será Aristóbulo del Valle, 666. A galera promete música e poesia.