Dicas de Salta y Jujuy (informacões gerais)

As províncias de Salta e Jujuy ficam bem ao noroeste da Argentina, pertinho da Cordilheira dos Andes. Antes de viajar não conseguia entender a diferença entre as duas. Agora, se tivesse que explicar rapidamente, diria que Salta é bem gaucha, espanhola, colonial. E Jujuy é bem índia, tierra, com influencia de Bolívia e Peru.

Mas isso a gente vai ver com calma nos posts posteriores. Vou publicar várias notas, organizadas da seguinte maneira:

1. Salta Capital

2. Cafayate

3. Salta/Jujuy

4. Lagunas de Yala e Termas de Reyes

5. Purmamarca/Salinas Grandes

6. Tilcara

7. Humauhaca

QUANTO TEMPO FICAR? Para fazer uma viagem tranquila, sugiro seis dias, partindo de duas bases. A primeira em Salta, de três dias, para conhecer a Capital,  ir a Cafayate e ir a Cachi. Depois, mais três para a Quebrada de Humahuaca, ficando em Tilcara  e saindo de lá um dia para Pumamarca+Grandes Salina, outro para a cidade de Humahuaca e o terceiro em Tilcara mesmo.

Pé na estrada!

ALUGUEL DE CARRO? Sim. Sim. Sim. Essa era outra dúvida que eu tinha antes de viajar e agora recomendo fortemente. Dá para fazer os passeios em van, mas não é a mesma coisa. A gente alugou carro direto no aeroporto de Salta, mas quem quiser economizar uma diária pode alugar na cidade, no segundo dia, já que no primeiro ele não é necessário.

Ótima cama, banho quentinho e aconchego

ONDE HOSPEDAR-SE? Como íamos gastar com carro, optamos em Salta por uma hospedagem mais barata, e com muito mais carinho. E nos demos super bem. Ficamos na casa da Josefina, um moradora da cidade que aluga quartos pelo Airbnb e que nos recebeu divinamente. A história é velha conhecida: um apartamento que fica grande depois que os filhos crescem e vao morar em outro lugar.

Como ela adora viajar e conhecer gente nova, abriu as portas de casa. A diária é de U$ 30 por quarto, com café da manhã. O apê tem um quarto de casal (com uma cama tao boa que nunca conseguimos levantar antes das 9h), um segundo com duas camas e um terceiro com beliche.

Todos compartem dois banheiros. Esta semana estávamos somente nós. Tomamos café da manha juntos (com medialunas, sucos, frios, doce de leite), conversamos e trocamos muito mais informacao que em um hotel. Diez puntos. Altamente recomendavel, a tres cuadras da praca 9 de Julho.  Reservas pelo email: joguerineau@hotmail.com

DICA: Se viajarem para o Norte em alta temporada, como nós, é IMPRESCINDÍVEL fazer reserva. Caso contrários vocês vão ficar mal acomodados, pagando caro.  Tanto em Salta quanto em Jujuy as oficinas de turismo são super eficientes e buscam hotel, na hora, para quem não tem alojamento. Maravilha! 

Sugestão para ficar em alto estilo em Salta: Hostal Solar de la Plaza, com diárias a partir de 700 pesos.

Sugestão de hotel no caminho de Salta para Jujuy: Posta de Lozano. A gente ficou lá porque no primeiro dia estava absolutamente tudo lotado em Pumamarca, e gostamos muito. Fica numa cidadezinha chamada Lozano, logo depois de Jujuy. Um hotel de primeira, com restaurante ótimo e com lareira, wifi, todas as comodidades. Diária a 280 pesos. Foi porque paramos por lá que conhecemos as Lagunas de Yala e as termas.

Sugestão de hotel em Pumamarca: a gente ficou num lugar horrível, que nem vou mencionar. Mas deixo a dica deste outro, Hotel Don Faustino, super bacana. Diárias a 300 pesos para casal.

Só no balancinho

Sugestão de hotel em Tilcara: a cidade tem várias pousadas bacanas. Deixo a dica do hostel Malka, super zen, que adoramos, com cabanas e varandas para matear e admirar a cidade sem pressa. Cabana para um casal a 23o pesos.

Bora?

Gay se nace

O blog “Born This Way”, lançado no início de janeiro e que já é um sucesso na internet, ganhou versão autorizada em espanhol. Chama-se Gay se nace”.

Criado pelo crítico musical, DJ e apresentador de rádio norte-americano Paul V, de 33 anos, o espaço se dedica a publicar fotos de acervo de gays e lésbicas – quando estes eram crianças entre 2 e 12 anos.

Os próprios retratados podem se inscrever, enviando uma imagem e contando como foi sua história pessoal.

Não é preciso se identificar completamente.

A idade média dos inscritos no blog é de mais de 30 anos – o que se constata tanto na atmosfera 60’s e 70’s das imagens quanto nos ídolos citados.

O resultado é um verdadeiro álbum de retratos vintage, com as então crianças posando fantasiadas, em dias de festas, dormindo, acordando.

A idéia é provar ( por isso o título do blog, “Born This Way”, ou Nascido Desse Jeito) que a homossexualidade vem desde o nascimento. A polêmica está aberta.

 

Bici, sí! Auto, no!

Este slideshow necessita de JavaScript.

Participamos da primeira Masa Crítica do ano – uma “bicicletada” que reuniu centenas de pessoas pelas ruas de Buenos Aires na tarde de ontem.

A Masa Crítica é uma organização “desorganizada” que faz um passeio mensal para celebrar o ciclismo e o direito dos ciclistas de andar pelas ruas. É uma festa.

Voltamos para casa felizes. Ainda mais que estávamos acompanhados de Ric e Fernanda.

Deixo com vocês um pequeno vídeo e uma seleção de fotos da galera.

Para quem quiser participar da próxima vez, os passeios são sempre no primeiro domingo do mês, com concentração às 16h, em frente ao Obelisco.

As praias de Agnès

Vamos voltar para casa com um cartaz gigante, igual a esse ao lado, autografado pela diretora Agnès Varda.

Certamente o melhor recuerdo da viagem. Altamente simbolico.

Agnès Varda é precursora da Nouvelle Vague, o movimento francês que eclodiu no início dos anos 60 e tem Jean-Luc Goddard e François Truffaut como seus mais conhecidos representantes.

Agora, “vivendo” na regiao de Montparnasse, somos praticamente « vizinhos »  da cineasta.

Vimos este filme há alguns meses, em Buenos Aires, e saimos encantados.

É um documentario autobiográfico, As Praias de Agnès, que fala desses lugares sem idade, onde o céu e o mar se tocam, sempre iguais, sempre mutantes, sempre recomeçados. Uma espécie de on the road poético, no qual ela vai descobrindo as várias praias da sua vida, a cada passo dos caminhos que tomou.

«Estou convencida de que se abrissem as pessoas se descobririam paisagens dentro delas. Dentro de mim estão praias.»

Num dos momentos do filme, Varda cobre de areia o asfalto da rua Daguerre, onde mora, para reinstalar  seu escritório na praia. Foi exatamente onde conversamos  com ela na semana passada.

Fiquei emocionada.

PS: estou num computador que nao tem todos os acentos…sorry.

Rádio D10S

Para os que têm a Argentina como Plano B nessa Copa do Mundo, como eu, segue uma trilha sonora super Maradoniana.

São todas músicas inspiradas no craque!!

É só clicar nos links abaixo, a comecar com Charly Garcia e seu Maradona Blues.

Ofrezco mochila para forzudos

Com a perspectiva de mudança de casa, passamos por alguns momentos de impasse frente a determinados objetos.

Levamos ou não levamos para o apartamento novo, por exemplo, a mochila que o Edu usou quando foi ao Brasil pela primeira vez, na década de 70?  A minha resposta vocês podem imaginar, mas ele estava com uma dor no coração por deixar para traz a velha companheira.

A solução? Freecycle.

A mochila é do tempo que o Edu era assim...

Não sei se vocês já conhecem, mas esta é uma rede mundial que reúne internautas doadores e receptores de tudo o que se pode imaginar.

Livro, gato, equipamento odontológico e até piano.

A idéia é bem simples: conectar pessoas que querem doar alguma coisa com àquelas que querem receber e, com isso, aumentar a vida útil de objetos que não são, necessariamente, o que classificamos como “lixo”. São peças com valor afetivo!

Pasmem: do Nepal ao México, da Finlândia às Ilhas Maldivas, mais de 7 milhões de pessoas já fazem parte do Freecycle Network. No Brasil há grupos em 26 cidades.

Adorei a negociação da mochila:

EDU -OFREZCO MOCHILA PARA FORZUDOS – Es de cuando yo era joven y mochilear no era para cualquiera…una mochila con estructura de hierro, cuero y lona gruesa. Voy a subir fotos a una carpeta acá en Photos: “mochila de Edu”. Deben llevársela, con dolor de mi alma, antes del 14 de marzo.

PAULA– Eduardo, cómo estás? Se que es difícil desprenderse de una mochila.. Las mías están a la miseria, tienen muchos campings encima. Si está disponible decime por donde la tengo que pasar a buscar. Saludos!!!

EDU – Veo que me entendés. Has sido nominada. Podes pasar el sábado por la mañana por Defensa. Espero que la pasee mucho porque es muy viajera como el dueño.

PAULA – Eduardo, muchas gracias!!! Está en buenas manos, primer paseo en semana santa. Saludos!!!

E assim todos ficaram felizes. Paula porque ganhou um mochila cheia de histórias, Edu porque a mochila vai passear e eu porque tenho o Edu.

Dica para o pessoal do Rio

Quierooooo!!!

É o seguinte: a minha irmã, a Meera, é fisioterapeuta com especialização em Thai Yoga Massagem com o mestre Asokananda, na Tailândia.

Essa técnica que ela utiliza mescla manobras de pressão nos canais de energia com alongamentos semelhantes aos asanas do Yoga. É extremamente relaxante, melhora a flexibilidade, alivia as tensões musculares, dores, acalma a mente e elimina toxinas.

Gente, é divino.

A Meera também trabalha com terapia craniossacral, terapias ayurvédicas e yoga, além de várias técnicas de respiração e meditação.

Bueno, tudo isso para contar que no fim de semana de 1 de maio ela está organizando um retiro na fazenda Vrajabhumi, em Teresópolis. A idéia é relaxar depois do Carnaval, equilibrar as energias, colocar corpo e mente nos eixos para começar o ano bem. O evento será conduzido em parceria com Marcos José Aguiar, professor de yoga e também terapeuta de Thai Yoga Massagem.

Então, para quem quiser praticar yoga, trocar massagem, caminhar, tomar banho de rio e fechar o dia com delícias vegetarianas, deixo aqui o contato.

É só entrar no blog Thai Yoga Massagem.

Para Juan

Em dezembro de 2008 eu dava meus primeiros passinhos de tango e a gente viajava de San Telmo a Coghlan para desfrutar das classes de Juan Carlos Versiglia e Adriana Viñals, e da amizade dos companheiros de dança, num clube de bairro chamado El Tábano – onde costumava cantar Goyeneche, el Polaco!

Pois hoje acordei com a notícia de que meu primeiro professor de baile em Buenos Aires morreu de forma repentina. Fui atrás desse vídeo que o Edu fez de brincadeira na época, onde Juan me repassa alguns ensinamentos sobre postura.

Fica a lembrança e o meu obrigado. E o grato reconhecimento de que evoluí de lá para cá!

"Caminen en eje, torso al frente, no están mirando vidrieras", dizia Juan

Deixando o pago

E a trotezito no mais
Fui aumentando a distância
Deixar o rancho da infância
Coberto pela neblina
Nunca pensei que minha sina
Fosse andar longe do pago
E trago na boca o amargo
Dum doce beijo de china


Segunda-feira terei o privilégio de fazer uma entrevista com Vitor Ramil e o violonista Carlos Moscardini, que apresentam em Buenos Aires o disco “délibáb” (milonga de la milonga).

O nome do CD não é totalmente “ramiliano”?

Alguém, por favor, poderia me mandar alguma coisa demo?

Não acho nada na internet para ouvir antes da entrevista!!

Seguindo o baile. O trabalho contém milongas compostas por Ramil a partir do livro de poemas Para las seis cuerdas, de Jorge Luis Borges, e dos versos de João da Cunha Vargas, brasileiro, natural do Alegrete.

João da Cunha Vargas (1900-1980) foi homem das lides campeiras, poeta que jamais escreveu seus versos, tendo guardado-os sempre na memória. Vitor Ramil, que já musicou quase toda a sua obra, registrou Último Pedido, Deixando o Pago (acima) e Gaudério no disco Ramilonga – A estética do frio (1997) e Querência, em Longes (2004).

Entre os poemas ainda não gravados, e que farão parte do roteiro do show, estão Chimarrão, Pé de Espora, Tapera e Mango.

Já o argentino Jorge Luis Borges (1899-1986), escritor, ensaísta e poeta, é um dos nomes mais importantes da literatura mundial. De um pequeno livro seu intitulado Para las seis cuerdas, Vitor musicou oito poemas, sendo que um deles, Milonga de Manuel Flores, foi gravado pelo compositor no disco A paixão de V segundo ele próprio.

Para o show estão previstos os ainda inéditos em música Donde se habrán ido?, Milonga para los morenos (com a participacao de Caetano), Milonga de Calandria, Milonga de dos hermanos, Milonga para los orientales, Milonga de Albornoz e Un cuchillo en el Norte.

Entre as primeiras gravações dedicadas a “musicar” Borges está “A Don Nicanor Paredes”, interpretado por Edmundo Rivero junto ao Quinteto Nuevo Tango, de Piazzolla. Quem recita no meio da música é Luis Medida Castro.

Para mais Vitor Ramil, clicar AQUI.