Dicas do outro Porto, o Porto Alegre

Deixo uma lista de lugares que eu gosto em Porto Alegre, cidade que eu AMO.  Os locais não estão em ordem de importância e são muito concentrados na Cidade Baixa e arredores porque é a zona onde mais transito.

  • Restaurante Suprem –  AMO este lugar de comida vegetariana e indiana, que fica na Santo Antonio, 877. No almoço eles tem uma espécie de prato do dia, que na verdade são diversos pratinhos de coisas deliciosas, e à noite oferecem um menu a la carte. Vale a pena deixar o preconceito de lado (para quem ainda o tem) e provar pratos sem carne. O responsável por tudo é o chefe Alex Zarate. Aceita todos os cartões e tem preço honesto.

Adoro quanto tá sol e entro no escurinho do Suprem


  • Atelier das Massas– Este restaurante é um clássico das minhas visitas. É a melhor pasta que já comi na vida, sem exagero. Há anos é tocado pelo artista plástico Gelson Radaelli, o que faz do lugar também uma mini galeria de arte, com peças de artistas gaúchos como Ibere Camargo e Vasco Prado. Mas a gente vai lá é por causa das massas mesmo, como o Tortelloni à Stefano, recheado com queijo de cabra, espinafre e noz moscada, e servido com molho branco, gengibre, pimenta dedo de moça, tomate e radite. Peloamordedeus! O restaurante fica na Riachuelo, 1482. Tem gente que tem um pouco de birra de sair à noite e comer no Centro. Como já fico no Centro, para mim é perfeito. O único problema é que fecha no domingo.
  • Combo: comida e arte

  • Santander Cultural – A curadoria deste espaço é tão cuidadosa que ele entra para a lista daqueles que a gente pode visitar de olhos fechados. Dificilmente alguma exposição lá não é bacana. Neste momento, por exemplo, eles estão com uma super retrospectiva do Arthur Bispo do Rosário, com mais de 200 peças, chamada A Poesia do Fio. Até o dia 29 deste mês!

  • Mercado Público Uma ida a Porto Alegre não tem a mínima graça sem uma passada no mercado. Seja para comprar café moído na hora no Café do Mercado, ou erva a granel, ou discos de vinil, ou chás, ou para dar uma espiada na lojinha do Sebrae, que oferece o melhor do artesanato gaúcho de qualidade. Um dos presentes que mais faz sucesso aqui em Buenos Aires é a coleção Bichos do Mar de Dentro, formada por 82 peças em tecido, biscuit, madeira e bordado com tema da fauna das Lagoas dos Patos e Mirim. São fofos demais e só os encontro lá.

Os bichinhos são feitos por artesas de Camaquã

  • Leo ZamperQuem me conhece sabe que AMO cortar o cabelo e por isso é que ele anda sempre curtinho. Nao dou tempo para o danado crescer. Em Porto Alegre, por dica da Marlei Ferreira, descobri o Leo Zamper, um mãos de tesoura. Antes cortava com ele no espaço do Nova Olaria, mas agora ele está com uma super casa nova (na Otávio Corrêa, 84, também na Cidade Baixa), toda grafitada por JP.,  com obras de Tina Felice  e que em breve vai abrigar também um Bar Devassa. Dalequedale.

    Parece Palermo, mas é a Cidade Baixa

  • Fundação Ibere CamargoEsse é outro clássico que está, por estes dias, com uma exposicao do Leonilson que é de gritar. Chama-se Sob o peso dos meus amores e reúne mais de 350 obras, um amplo panorama da produção do artista cearense. A seleção abrange desde o início da carreira, na década de 1970, até o período final de produção, no início dos anos 1990. A exposição tem curadoria de Ricardo Resende, diretor geral do Centro Cultural São Paulo e consultor do Projeto Leonilson, e Bitu Cassundé, crítico de arte e curador. Isso sem falar do próprio espaço, da exposição permanente com obras de Ibere, e daquele cafezinho ao ar livre no final da tarde.

Di-vi-no

  • Bamboletras– Para mim a Bamboletras é a melhor livraria de Porto Alegre, por uma simples razão: as proprietárias conhecem cada um dos livros que tem lá dentro. Não à toa é a livraria mais premiada da capital gaúcha, com cinco Açorianos como Livraria Destaque de Porto Alegre. Fora que elas sempre tem uns discos interessantes e um bom papo ótimo. Reservo sempre uma tarde para esse passeio porque se tem filme bom no Guión já fico por lá. Para quem nao a conhece, a Bamboletras fica na Rua Lima e Silva, 776, loja 3 – Cidade Baixa.

    Pequena mas poderosa

Dicas da cidade do Porto (Portugal)

Aos poucos vou publicando informações e dicas sobre Portugal e Espanha.

A descoberta do Porto foi uma das melhores surpresas da viagem. A cidade é arrasadoramente linda. Coisa para sentar e ficar olhando por horas. A luz, as casas, as pontes, as gentes. Deixo, abaixo, uma série de fotos e sugestões de lugares para visitar por lá. O ideial é ficar pelo menos uns tres dias na região. A gente ficou esse tempo e não fez nem a metade dos passeios que “tem que” fazer. Ficou só caminhando à toa e tomando vinho.

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Algumas dicas:

  •  Gallery Hostel – Amamos este hostel. Ficamos no quarto para casal, com banheiro e cama de 2m x 2m!! Diária a 50 euros. Além de super bacana, o hostel fica na rua Miguel Bombarda, que tem uma concentração muito grande de galerias de arte. E é quase em frente ao Centro Comercial Bombarda que, como eles dizem, é um centro comercial “mas não é um shopping”. Cheio de lojinhas de arte e roupas bacanas.
  • Peter Cafe Sport – O “nosso” cantinho na beira do Douro.
  • Museu Soares dos Reis  –  Junto ao Palácio de Cristal, vale a pena pelo acervo, pelo edifício e pelo jardim
  •  Fundação de Serralves – Fica um pouco longe do centro mas vale super a pena
  • Música (comprar discos) – Dica do Marcio Laranjeira. Rua do Almada ( Rua no centro da cidade do Porto com três boas lojas de vinil, desde raridades até o que há de mais novo. Recomendo a Luie Luie, mas a Lost Underground e a Matéria Prima também são muito boas. Na Rua de Cedofeita tem a CD JOJO, a loja de música mais antiga da cidade em atividade, com um pequeno auditório onde às vezes rolam shows grátis.
  • Diversão Noturna – A Galeria de Paris (rua do centro do Porto Junto ao Clérigos) é um bom centro de diversão desde as 22h até às 03 da manha da cidade. Fomos ao bar  Galeria de Paris, para comer e celebrar o aniversário do Edu. Para quem quer balada, a dica é o Plano B, mais no espirito de boate, super descontraído, com muito boa música até às 6 da manha, e três salas distintas, uma mais lounge, outra rock e a última eletrônica. Já o 77 é uma tasca duvidosa numa perpendicular à Cedofeita, com um ambiente freak, mesas de sinuca e cerveja a 50 centavos de euro. Para completar, Passos Manuel (junto ao coliseu do Porto), que era um antigo cinema, e agora é um espaço de diversão que tem das melhores festas do Porto.
  • Para shows, conferir os blogs: http://amplificasom.blogspot.com/, http://www.istonaoeumafestaindie.blogspot.com e Time Out Porto, apenas em versão impressa (3€)
  • Para a melhor vista – Cruzar para o lado de Gaia. Ponte D.Luis sobre o Porto. Vale a pena.
  • Livraria Lello – A Livraria Lello e Irmão, também conhecida como Livraria Chardron ou simplesmenteLivraria Lello, fica na Rua das Carmelitas, 44, e é uma das mais lindas do mundo. Aqui uma visão de 360 graus. 

Dicas de Lisboa: Fernando Pessoa

Nos encontramos (e desencontramos) com Fernando Pessoa diversas vezes em Lisboa.

Um dos encontros foi na na Fundação Calouste Gulbenkian, que estava com a uma exposição dedicada ao poeta e aos seus heterônimos,  chamada “Fernando Pessoa, plural como o universo”. Com curadoria de Carlos Felipe Moisés e Richard Zenith, a mostra tinha  raridades como a primeira edição do livro Mensagem, com uma dedicatória escrita pelo poeta, e o baú onde ele guardava seus texto. É a mesma exposição que esteve em São Paulo, no Museu da Língua Portuguesa. Ficamos horas por lá, desvendando cada cantinho.

O Edu e eu, descobrindo com Pessoa que também somos múltiplos

O desencontro foi na Casa Fernando Pessoa, em Lisboa. A gente tentou chegar lá duas vezes, e em nenhuma deu certo. Na primeira, nos perdemos. E na segunda o lugar estava fechado.

Inaugurada em novembro de 1993, a Casa Fernando Pessoa é um centro cultural destinado a homenagear o poeta e a sua memória, criado no local onde ele passou os seus últimos quinze anos de vida, em Campo de Ourique. Tem um auditório e uma biblioteca exclusivamente dedicada à poesia, além de uma parte do espólio de Pessoa (objetos e mobiliário que pertenceram ao poeta e que são atualmente patrimônio municipal).

No primeiro piso está o último quarto de Fernando Pessoa, reconstituído tal como era, com alguns móveis que lhe pertenceram e que o acompanharam ao longo de uma vida de mudanças de habitação – dezesseis no total. Neste quarto encontra-se a comoda onde Fernando Pessoa teria escrito, na noite de 8 de março de 1914, três dos seus poemas maiores: O Guardador de Rebanhos, de Alberto Caeiro, A Chuva Oblíqua, de Fernando Pessoa, e a Ode Triunfal, de Álvaro de Campos.

Quarto do poeta, tal como era antes

Mas como a vida é real e de viés, nos deu um presente. Outro encontro.

Vejam bem que casualidade, no último dia da viagem conhecemos a arquiteta italiana Daniela Ermano, que fez a reforma da casa de Pessoa, e que nos presentou com uma noite contando fatos inéditos da vida do poeta. Uma honra!

Ela também era amiga do escritor Antonio Tabucchi, um divulgador da obra de Fernando Pessoa, de quem foi tradutor e sobre quem escreveu. Tivemos acesso a um texto inédito de Tabucchi, que justo veio a falecer semana passada.

De origem italiana, o único livro que Tabucchi escreveu em português chama-se “Requiem”, uma obra que é “uma alucinação em torno de Fernando Pessoa” e simultaneamente uma declaração de amor a Portugal e, em particular, a Lisboa. Dirigida pela escritora Inês Pedrosa, a Casa Fernando Pessoa realizou, justamente hoje, uma maratona de leitura integral do “Requiem”.

Ficamos sabendo da morte dele num dos lugares mais lindos que já pisei. Cap de Creus, no norte da Espanha.

Um brinde à obra que nos deixou Tabucchi

Um terceiro encontro com Pessoa veio por meio da obra A máquina de fazer espanhóis,  romance de Valter Hugo Mãe, que narra a história de Antônio Jorge da Silva, um barbeiro de 84 anos que depois de perder a mulher passa a viver num asilo. Nesse lugar o narrador conhece o personagem Esteves, que diz ser o “Esteves” que habita os versos do poema “Tabacaria”, de Fernando Pessoa, a quem verdadeiramente conheceu no suposto estabelecimento. É o “Esteves sem metafísica”. Além desta referência, vale dizer que me emocionei diversas vezes nesta leitura, que é essencialmente sobre a velhice.

O Edu, sortudo, teve uma conversa mais íntima com o poeta. Para ler a íntegra do poema Tabacaria, clique AQUI.

Não sou nada. Nunca serei nada. Não posso querer ser nada. À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo. (do poema A Tabacaria)

Continua lindo

Continua lindo

Fotos Eduardo Baró

Fotos Eduardo Baró

O Rio de Janeiro é como Paris. Por mais que a gente o visite, sempre falta algo a conhecer. Desta vez, queria ter provado o famoso café da manha do Parque Lage, ido ao samba no Gamboa, às Paineiras e ainda visitado o Corcovado e o Pão de Açúcar (passeios que fiz quando era criança e nem lembro mais). Não deu. Vão ficar para a próxima.

Em compensação, repeti alguns roteiros que já são clássicos nas nossas ferias e que compartilho com vocês.

  • Pedra do Leme – Cada vez que a gente vai ao Rio faz esta caminhada, de uns 20 minutos em subida íngreme, até o alto da Pedra do Leme. A entrada fica numa área militar (Forte Duque de Caxias) e a entrada custa 4 reais. De lá, a vista é de tirar o fôlego. Toda a orla de Copacabana, Pão de Açúcar, Corcovado, Morro da Babilônia e até mesmo parte da Floresta da Tijuca. Para quem gosta, o próprio forte é um atrativo. .
  • Morro Chapéu Mangueira – Nos anos 50, o morro da Chapéu Mangueira, no Leme, ficou famoso como cenário do filme Orfeu Negro, de Marcel Camus, que recebeu a Palma de Ouro em Cannes em 1959. Eu não subi porque tenho medo, mas o Edu encarou o percurso e foi conhecer a região e almoçar no Bar do David, que ele adorou.

Estúdio do Niemeyer ficava no último andar…espertinho…

  • Circuito Art Déco (Caminhada do Leme ao final de Copa) – De uma ponta a outra são quatro quilômetros, que encaramos quase todos os dias de manhazinha. Delícia! No trajeto, aula de arquitetura. O Rio é a cidade brasileira com mais exemplares art déco, muitos deles em Copacabana. Um dos destaques é o edifício Ypiranga (Avenida Atlântica, 3940), construído em 1939, que abriga no último piso o escritório de Oscar Niemeyer. Mas há outros como o Labourdette (n 1880) e o Embaixador (n 3170), este inspirado nos grandes transatlânticos da época. Se a caminhada for no final da tarde, é imperdível uma paradinha na Confeitaria Colombo do Forte de Copacabana.
  • Instituto Moreira Sales – Simplesmente AMO este lugar. É uma bela casa modernista na Gávea, antiga residência da família Moreira Salles, desenhada por Olavo Redig de Campos, com projeto paisagístico de Burle Marx, autor também de um painel de azulejos que está sendo restaurado. O local por si só já vale a visita, mas também abriga um excelente centro cultural, café, cinema, etc. O acervo é de babar. Especialmente o musical e o fotográfico. No primeiro caso, são mais de 100 mil gravações desde 1902, com musicas de Noel Rosa, Orlando Silva e Pixinguinha, entre outros. Não deixe de conhecer a Rádio Batuta, na internet. A reserva de fotografia guarda mais de 450 mil imagens de Marc Ferrez e Marcel Gautherot, entre outros. A programação temporária está no site www.ims.com.br.

    MAGIC SQUARE Nº 5. DE LUXE Helio Oiticica, projeto de 1978, execução 2000

  •   Museu do Açude Esse lugar acho meio injustiçado, porque por sua beleza e acervo deveria ser muuuito mais visitado. Um museu a céu aberto, cercado de mata atlântica, na Floresta da Tijuca. Obras de Helio Oiticica, Lygia Pape, Iole de Freitas e Nuno Ramos. Na parte fechada, há uma coleção de desenhos de Brécheret.
  •  CCBB e MAM Pela qualidade das exposições, sempre incluo esses dois lugares nas minhas visitas. Quem está de viagem marcada para o Rio, não deixe de ver a retrospectiva dos Irmãos Campana e a mostra de Tarsila do Amaral,no Centro Cultural Banco do Brasil. E nem a exposição de fotos de Nan Goldin no MAM. Sao poucas fotos em papel, mas mais de 1500 slides em exibição. Nan Goldin (Washington D.C., 1953) se celebrizou fotografando com luz natural, sua “família” de amigos e amantes, em Boston e, depois, Nova York. Os registros que Goldin fez de travestis, cenas de sexo, drogas  e vítimas de Aids, uma crônica da Nova York dos anos 70 | 80, estão nas coleções das mais importantes instituições de arte do mundo.

    Amigos, cerveja, cachaça, samba e risadas. Quer coisa mais carioca?

  • Dicas etílicas – Desta vez voltamos, como sempre, ao Bracarense, no Leblon, e à Adega do Pimenta e o “conhecido” Bar do Gomes, em Santa Tereza. E fomos também conhecer o Astor (no mesmo dia que o príncipe Harry), bem na voltinha do Arpoador. A companhia estava ótima, mas no geral não gostamos muito. Caro e cheio de patricinhas. Boteco paulista.
  • Feira de São Cristóvão Há anos queria conhecer esse reduto nordestino no Rio. Desta vez a gente juntou a fome com a vontade de comer e foi pegar um resquício de carnaval com o bloco Fogo e Paixão, que se apresentava por lá. Borbulhas e calcinhas voando enquanto a gente se rasgava cantando músicas do Wando e outras “bregas clássicas”.
  •  Selarón e Sacrilégio – Na Lapa, outros dois clássicos. No caminho da casa de um grande amigo, paramos na escadaria Selaron para ver as novidades. Isto é, se tinha algum azulejo novo. Sempre tem. A escadaria fica na rua Teotônio Regadas (atrás da sala Cecília Meireles) e liga a Lapa à Santa Tereza. Seus degraus são cobertos de azulejos coloridos numa obra de arte ao ar livre feita por Jorge Selarón, um chileno radicado no Rio e que desde 1994 coloca mais cor na região, com azulejos de diferentes países. Vale a pena.

    Foto clássica

  • Já  o bate coxa foi no Sacrilégio que, vim a descobrir, funciona numa uma antiga casa onde um dia tocaram Carmem Miranda, Donga, Pixinguinha e Villa Lobos. Aberto em 2001, o lugar manteve traços arquitetônicos originais e que continua a receber os chorões e os sambistas da cidade. Lugar com boa musica e para dançar.  Detalhe bacana: começa cedo. No dia que a gente foi a banda deu os primeiros acordes às 21h em ponto e só parou la pela meia noite, após dois rápidos intervalos.
  • Mas uma das melhores surpresas da viagem foi conhecer a Monica Ramalho, jornalista e produtora cultural. A gente “se lia” há muito tempo. Ela o meu blog e eu os dela, o Caixinha de Música e Laranja é a Cor do Vestido dela. Coisas misteriosas da rede que chegam ao nosso mundo real.

    Algumas caipiras depois e a gente era só dente…

Casa Pueblo

Casa Pueblo

O Uruguay é um país pequeno, mas cheio de segredos.

Recentemente fomos conhecer a casa de verão e atelier do artista plástico uruguaio Carlos Páez Vilaró, de 87 anos, em Punta Ballena, a 15 minutos de Punta Del Este.

 

Vista aérea

Esparramada sobre um penhasco, a casa branca de curvas acentuadas é um completo desbunde em frente ao mar.

Batizada de “Casapueblo” e construída inicialmente pelo próprio artista, levou quatro décadas para ficar pronta.

A inspiração veio do “forneiro”, pássaro que eles dizem ser típico do Uruguai (mas que em bom português é o nosso “joão-de-barro”), que usa o adobe para levantar sua morada.

Em três dos nove andares funciona um museu, que exibe um panorama completa da obra do artista, de pinturas a esculturas e cerâmicas. No restante da área foi instalado o Hotel Casapueblo e o restaurante Las Terrazas. O espaço recebe cerca de 60 mil visitantes por ano.

Foto do artista na casa do Tigre/La Nación

Paez Vilaró foi muito influenciado pelo candombe e pela cultura afro. Viveu no Brasil e em diversos países onde a negritude tem forte presença: Senegal, Libéria, Congo, República Dominicana, Haiti, Camarões, Nigéria…

Para quem não conhece Paez Vilaró, sugiro uma espiada na página do artista, amigo de Brigitte Bardot, Fidel Castro, Vinicius de Moraes, Astor Piazzolla, Salvador Dalí e até de Pablo Picasso. O filho do artista, Carlos Miguel, é um dos sobreviventes do trágico acidente aéreo dos Andes ocorrido em 1972.

O artista tem uma casa também no Tigre, nos moldes da uruguaia, só que menor.

Outras informações AQUI.

Lua cheia na Pont des Arts

¿Encontraría a la Maga? Tantas veces me había bastado asomarme, viniendo por la rue de Seine, al arco que da al Quai de Conti, y apenas la luz de ceniza y olivo que flota sobre el río me dejaba distinguir las formas, ya su silueta delgada se inscribía en el Pont des Arts, a veces andando de un lado a otro, a veces detenida en el pretil de hierro, inclinada sobre el agua. Y era tan natural cruzar la calle, subir los peldaños del puente, entrar en su delgada cintura y acercarme a la Maga que sonreía sin sorpresa, convencida como yo de que un encuentro casual era lo menos casual en nuestras vidas, y que la gente que se da citas precisas es la misma que necesita papel rayado para escribirse o que aprieta desde abajo el tubo de dentífrico.”

Cortázar

A Pont des Arts é um lugar muito especial de Paris. Além de ter sido a primeira ponte metálica construída na cidade, em 1802, por Napoleão I, une duas instituições parisienses, o Museu do Louvre e a Escola de Belas Artes. Por isso, sempre há grande trânsito de estudantes e artistas nesse trajeto. Como se não bastasse, tem uma das mais belas vistas da capital francesa.

No verão, essa ponte também se transforma em “restaurante”, principalmente em noites de lua cheia. A galera reúne munição pesada – queijos, vinhos, frutas, espumantes, violões – e acampa por lá para curtir o Sena iluminado.

Na quarta a gente foi conferir e posso garantir que é uma de-lí-ci-a.

A Pont des Arts é o único lugar que não é restaurante incluído no livro Bistrôs de Paris, do Alex Herzog. Com razao!

Abaixo outras fotos noturnas de Paris com lua cheia.

Oh, céus…o roteirista caprichou na nossa viagem…